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Jornada Mundial da Juventude: um ano!

É tempo de celebrar, comemorar, bendizer! Até o próximo dia 27 estamos reavivando […]

1_0_814130É tempo de celebrar, comemorar, bendizer! Até o próximo dia 27 estamos reavivando nossa “Memória” da JMJ Rio 2013 para atuarmos ainda mais na “Missão” que nos compete no mundo de hoje. Sempre tinha ouvido dizer que um país que recebe a Jornada Mundial da Juventude não continua como antes. Realmente, as experiências vividas por nós ainda deverão ser mais explicitadas por tantos que as viveram e que querem expô-las para a maior glória de Deus e para que mais pessoas possam aproveitá-las para suas vidas tomarem o rumo da paz e da fraternidade.

Há exatamente um ano nós celebrávamos a XXVIII Jornada Mundial da Juventude. Precedida pela Semana Missionária nas Dioceses do Brasil, ela foi realizada entre os dias 23 a 28 de julho de 2013, nessa amada cidade arquiepiscopal de São Sebastião do Rio de Janeiro. Pela primeira vez este evento ocorreu em um país cuja língua portuguesa é majoritária, e pela segunda vez em um país da América do Sul (a primeira vez foi na Argentina, em 1987). A escolha da cidade brasileira foi feita pelo Papa Emérito Bento XVI em 2011, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude daquele ano em Madri. Nossos agradecimentos a ele e ao nosso saudoso predecessor, Cardeal Eugênio de Araújo Salles, que nos apoiou nessa decisão.

Este encontro foi marcante para toda a Igreja e para a sociedade, pois tivemos a graça de presenciar milhões de jovens reunidos para aprofundar o tema: “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações”! O público presente à Missa de Envio na praia de Copacabana (último ato central da JMJ) chegou a 3,7 milhões de pessoas. Durante esses dias muitos eventos com participação de milhares de pessoas aconteceram: Cerimônia de Abertura, na terça-feira, 23; a Cerimônia de Acolhida do Santo Padre, na quinta-feira, 25; a Via-Sacra, na sexta-feira, 26; a Vigília do dia 27. A Arquidiocese conseguiu hospedagem que ultrapassou o número de inscritos oficialmente. Além dos que chegaram sem inscrições e que foram acomodados nas casas dos paroquianos que as tinham disponibilizado. A grande e marcante presença foi a do Papa Francisco, que chegou ao Rio de Janeiro no dia 22 de julho de 2013.

Em sua primeira mensagem, no dia de sua chegada, no Palácio Guanabara, fez o discurso onde podemos ressaltar: “Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade (…) Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso, permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. (…) Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”!

O Papa Francisco visitou o Santuário Nacional de Aparecida, o hospital São Francisco de Assis, recebeu as chaves da cidade do Rio de Janeiro e abençoou a bandeira olímpica, visitou a Comunidade de Varginha, presidiu o ato de acolhida central em Copacabana. Um grande momento foi a Via-Sacra com os jovens, e em nossa Catedral Metropolitana ter se encontrado com os argentinos e presidido uma missa para os bispos e padres. Encontrou-se com os responsáveis pela construção da sociedade no Teatro Municipal do Rio do Janeiro e participou da Vigília na praia de Copacabana. No último dia de sua permanência, na Missa de Envio, o Papa ressaltou: “Ide, sem medo, para servir. Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês”! Antes de encerrar o seu último compromisso na JMJ2013, ele anunciou a Polônia, ou mais objetivamente, Cracóvia como próxima cidade sede, e antes da cerimônia de despedida de sua visita encontrou-se com os voluntários em um animado evento. Nesses dias falou aos Bispos do Brasil e também à presidência do CELAM em discursos memoráveis.

Para então celebrarmos este marco na história da Igreja que completa um ano, eis que a nossa Arquidiocese começou, no dia 15 de julho e ficará até o dia 27 deste mês, a semana “Memória e Missão”. Esta conta com exposição itinerante de fotos, atualmente no Largo da Carioca. Foi também lançada nas redes sociais, com a hashtag#1 ano JMJRIO, com o objetivo de interagir com pessoas do mundo todo e publicar experiência, testemunhos, fotos, filmes de pessoas, paróquias, colégios que marcaram as vidas de tantos jovens. Será lançado no domingo, dia 27, um livro com fotos e textos da JMJ Rio 2013. Nas paróquias, foranias, vicariatos há toda uma programação própria de participação. Também outras dioceses e grupos de jovens do Brasil estão celebrando esse momento.

Eu comentei logo depois do encerramento da JMJ, na entrevista final, e não me canso de repetir: vimos Deus agir! Não tem outra explicação. Para quem tem fé, passado um ano é momento de ação de graças. Para quem não crê e vê apenas com a sua miopia humana será difícil perceber tudo isso. Graças a Deus temos o nosso “aliado invisível”, que é o Espirito Santo, a alma da Igreja. Nós continuamos com entusiasmo e com alegria! As dificuldades enfrentadas, os problemas existentes, as mudanças e transformações que poderiam ter causado desânimo em qualquer organizador, para nós foi uma prova incontestável da ação do Divino na história. Vemos cada ato, cada pessoa, cada família, cada paróquia como instrumentos nas mãos de Deus. Como não ver isso na resposta dos jovens às provocações de várias intolerâncias nesses dias; como não olhar com fé a paciência e alegria demonstradas em enfrentar chuva, frio, filas, mudanças? Como não louvar a Deus por ver o nosso povo abrir as portas de seu coração e de suas casas para acolher? A JMJ fez a acolhida de o povo brasileiro vir à tona e continuar para outros eventos. Como não perceber que a ação de Deus no coração das pessoas vai além do que possamos programar como, por exemplo, a limpeza dos trens e da praia? Como não bendizer a Deus pela criatividade, até com sacrifícios, dos padres e seus paroquianos resolvendo questões de logística, hospedagem? A generosidade espontânea demonstrada por tantas pessoas e comunidades na partilha de bens para ajudar no pagamento dos investimentos da Jornada? Como não perceber que mesmo as autoridades civis e militares têm saudade da JMJ e descobriram que todas as dificuldades e previsões de problemas são resolvidas quando os cristãos agem com fé e vivem no seguimento verdadeiro de Jesus Cristo? É hora de TE DEUM LAUDAMUS! É momento propício de sair ao encontro dos que, tendo participado da JMJ, ainda não encontraram ressonância em nossas comunidades eclesiais.

Agora é tempo de continuar! É tempo de continuar regando as sementes plantadas no Campo da Fé dos corações jovens! É tempo de chamarmos todos os que estão buscando um mundo melhor e mais justo para que, no seguimento de Cristo, se unam a nós nessa caminhada de paz pela transformação de uma sociedade cansada e abatida pela corrupção e injustiças. O mundo novo sonhado por todos acontece quando colocamos em prática os valores do Evangelho. É tempo de esperança e confiança no Senhor que nos conduz. Nada nos desanima, e as dificuldades e crises são ótimas oportunidades para que se possa anunciar ainda mais em quem nós cremos e em quem nós depositamos nossa esperança: Jesus Cristo, nosso Senhor.

O coração agradecido a Deus é também para todas as pessoas, instituições, grupos, comunidades e, principalmente, para os jovens do mundo inteiro que participaram da JMJ 2013, seja com sua presença ou à distância, com suas orações. Aliás, esse foi um dos nossos segredos: a primeira atitude, depois repetida durante todo o tempo de organização, foi de pedir a oração aos mosteiros, conventos, religiosos, religiosas, povo de Deus. Além da oração, que foi composta para que o mundo inteiro rezasse, cartas foram expedidas explicitamente pedindo orações. Para nós que cremos, vemos o sinal que nos foi dado pela intercessão de muitos. A todos, meus sinceros agradecimentos! Rezamos por todos. Deus conhece o coração e as intenções de cada um e dará a recompensa!

A experiência da JMJ Rio 2013 permanecerá como um momento importante não só para os católicos, mas para todas as pessoas de boa vontade que viram que um mundo novo é possível! Viram que é possível existirem jovens que querem a transformação da sociedade e sabem respeitar as pessoas e instituições. Viram quais os caminhos de uma “civilização do amor” que buscamos fazer acontecer nestes tempos de escuridão e dificuldades! A luz que se acendeu em Copacabana e que, graças às mídias, foi para o mundo todo, continuará acendendo muitas outras regiões do mundo. São João Paulo II, idealizador desse evento, estará intercedendo por nós.

Que Deus abençoe e ilumine a todos!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião de Rio de Janeiro, RJ


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