Evangelização

Educação e seus desafios nos dias atuais

Dom Ângelo Vicenzo destaca aspectos importantes sobre o processo de formação educacional.

DESTAQUE_ENTREVISTA_2016_02_08_001Na semana passada o Programa Pai Eterno abordou o tema Educação. Nesta segunda-feira, 8, o tema voltou ao destaque em entrevista com o secretário da Congregação para a Educação Católica, Dom Ângelo Vicenzo Zani, que veio de Roma, na Itália e esteve de passagem pelo Brasil. O religioso falou sobre a educação e seus desafios na formação dos estudantes.

Talíta Carvalho: Como o senhor avalia a educação nos dias de hoje e quais são os desafios?

Dom Ângelo Vicenzo Zani: Gostaria de destacar alguns aspectos que atingem a educação. Um dos aspectos fundamentais em que se percebe em todos os países do mundo é uma forte crise da relação às gerações, e esta crise afeta as metodologias de transmissão das informações de uma geração para a outra. Então, é uma crise de época, que acontece ciclicamente, e é uma crise de valores, pois ela mexe de fato com a estrutura de valores de uma determinada sociedade. O segundo desafio é o da revolução informática que oferece muitas possibilidades novas e oferece novos cenários em relação ao passado, mas os jovens não têm ainda instrumentos críticos para enfrentar essas novas realidades. E, por isso, a educação é desafiada a fazer crescer, desenvolver nos jovens a capacidade de viver nos novos contextos, caracterizados pela tecnologia da informação. O terceiro aspecto desse desafio é a interculturalidade, ou seja, o desencontro, o choque entre culturas, sendo que dentro de cada cultura, a história, há valores ligados à religião. Essas são as questões emergentes mais fortes no cenário da educação hoje.

Talíta Carvalho: Dom Ângelo, como que a Igreja Católica tem trabalhado na formação escolar? Existe alguma formação específica neste sentido?

Dom Ângelo Vicenzo Zani: Precisamos lembrar, em primeiro lugar, que no mundo temos 210 mil escolas católicas frequentadas por 59 milhões de estudantes. Então, as experiências são infinitas. Por isso, a educação católica tem que se conjugar com textos muito diferentes entre si. É a mesma mensagem, mas que tem que se encarnar em realidades muito distintas. O desafio que a educação católica vivencia é o mesmo desafio que a Igreja vivencia: anunciar o Evangelho a todos. Quando as pessoas vão a uma escola católica, elas querem ir a uma escola católica, e não em uma igreja. Então, as escolas tem que ter ótimos professores, bem preparados, metodologia, didática, tem que ter pesquisa e conhecimento, mas isso não é suficiente, tem que ter uma inspiração. O diferencial da escola católica é a visão inspirada cristianamente.

DESTAQUE_ENTREVISTA_2016_02_08_002Talíta Carvalho: A Associação Filhos do Pai Eterno apoia as Obras Sociais Redentoristas. Sabemos que essas instituições contribuem para a educação de jovens, adultos, adolescentes e idosos, sempre com base na religiosidade. Qual é a importância da religião no processo de ensino- aprendizagem?

Dom Ângelo Vicenzo Zani: Nunca vivemos em uma cultura vazia, neutra, sempre temos que nos confrontar com valores. Por isso, a educação cristã tem uma proposta de valores com os quais nós temos que nos confrontar. A diferença é que a religião é que nos faz ver no outro um irmão, a irmandade, a fraternidade universal só pode ser construída com a religião que nos faz ver nos outros irmãos.

Talíta Carvalho: Para finalizar, quais são os caminhos para a formação de verdadeiros cidadãos em nossas escolas?

Dom Ângelo Vicenzo Zani: A escola católica tem que ter um projeto pedagógico muito claro. Em segundo lugar, no centro desse projeto não estão os professores, estão os alunos. É importante passar cada vez mais a centralidade de quem ensina para a centralidade de quem aprende. Outro ponto essencial é a formação dos formadores, esse ponto muito importante e temos que destaca-lo justamente no momento em que muitos países em que a avaliação e a autoestima do formador está em baixa. Por isso, para nós é essencial escolher e formar os formadores. Último ponto, a escola católica não pode ser uma cidade fechada entre muros, tem que estar aberta. É necessário fazer isso com inteligência e muito cuidado, mas tem que ser feito.

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