Na época da Romaria de Trindade, em Goiás, é tradição de muita gente montar verdadeiros acampamentos em quintais da cidade. Um grupo de romeiros veio de Palmeiras de Goiás (GO), todos são da família do Sebastião Arantes Pereira, ou Tião Carapuça, como é mais conhecido. Ele tem 84 anos, e vem à Festa desde que nasceu. “Na época dos meus 10, 11 anos era muito diferente. A gente vinha de Piracanjuba de carro de boi. Eu tinha 10 anos quando tomei conta do primeiro carro”, contou.

A família procura manter a tradição. O acampamento é bem rústico, mas anos atrás era mais rústico ainda. “Mudou tudo. A gente fazia fornalha de barro, colocava uma chapa, lenha para fazer fogo. Agora é fogão a gás, televisão, cama normal, chuveiro quente, e antes a gente tomava banho de balde”, contou Cleuza Arantes, romeira de Goiânia (GO).

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O chão é de terra vermelha, as barracas de madeira cobertas com lona para todo lado. É simples, porém muito aconchegante. Só neste lugar tem 51 anos que eles ficam sempre na Festa. O quintal vira comunidade e cada um tem seu espacinho. É tudo bem organizado. A romeira Eliete Arantes contou que a comida é preparada no acampamento mesmo: “A parte de cozinha, a gente traz um pouco de casa. A gente faz compra no supermercado, preparamos as comidas e reunimos, fazemos todos juntos”.

Nos quintais de Trindade, na época da Romaria, é assim: a sombra do pé de manga, o café quentinho feito na hora, a prosa boa, e uma coisa que não falta: união. “No mais é só amor mesmo, união e muita fé”, concluiu a romeira Eliete Arantes.