Devoção

Tecnologia e comunhão

As novas ferramentas de comunicação podem ser grandes aliadas da evangelização, mas é preciso ter cuidado.

“O sacerdote diz ‘corações ao alto’ e não ‘celulares ao alto’. Fico triste quando celebro e vejo muitos fiéis com os celulares para cima. A missa não é um espetáculo, é ir ao encontro da Paixão e Ressurreição do Senhor”. A declaração, dada recentemente pelo Papa Francisco, demonstra todo seu descontentamento ao ver cristãos – e até religiosos – usarem o aparelho para fazer fotos e vídeos durante as missas.

A partir disso, é preciso repensar tal hábito e ter bom senso ao utilizar os smartphones e outras tecnologias para que não se fuja do verdadeiro propósito das celebrações: a comunhão com Deus. É o que orienta o Missionário Redentorista Ir. Diego Joaquim. Segundo ele, enquanto o fiel se preocupa em registrar a estética do momento, ele pode perder a essência do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

“É preciso saber que participamos da missa com todos os nossos sentidos. Por isso, os olhos direcionados ao altar, os ouvidos atentos ao que é proclamado, a postura do corpo, tudo é sinal de que estamos voltados para o Senhor e em comunhão com Ele. Seria muito bom se caminhássemos nesta direção para uma participação mais ativa e atenta”, destaca Ir. Diego.

Conexão

Apesar de estar sempre com o celular em mãos e viver conectada nas redes sociais, a jornalista Lethícia Ávila garante que, no momento das celebrações, deixa o aparelho de lado e se concentra naquilo que é dito pelo sacerdote. “Quando você se propõe a ir à missa, é preciso desligar-se do mundo, voltar-se para as coisas de Deus e meditar Sua Palavra para sairmos dali fortalecidos pela fé. Com o smartphone, tudo isso fica difícil, já que ele dificulta a concentração e nos afasta do objetivo de ir à Igreja”, opina a fiel.

Justamente para evitar esta distração, Ir. Diego Joaquim considera que o melhor a ser feito é desligar o celular sempre que puder ou, se for por algum motivo justo, colocar no modo silencioso. “O aparelho pode nos distrair, pois os alertas dos aplicativos acabam roubando nossa atenção. Com isso, perdemos o precioso tempo que devemos dedicar a Deus e somos levados a outros lugares. Desta forma, perde-se a missa”, analisa o religioso.

Moderação

Mesmo com sua opinião contundente em relação ao uso de celulares durante as celebrações, Ir. Diego reconhece que as novas tecnologias podem também ser grandes aliadas na evangelização, visto que aproximam os cristãos e facilitam o acesso à Palavra de Deus. “Há muitos aplicativos católicos interessantes, como o The Pope App, que traz as atividades do Papa, ou mesmo o Pai Eterno, que nos coloca em comunhão com o Santuário do Divino Pai Eterno”, recomenda.

Para ele, são ferramentas que, quando usadas adequadamente, respeitando o local e o momento, são bastante benéficas aos fiéis. Contudo, é preciso ter moderação. “Se o aplicativo me afasta do meu irmão, me tira atenção de suas necessidades, então ele já não me ajuda a ser cristão. O uso é útil apenas quando me aproxima de Deus e do próximo”, afirma.

O Missionário Redentorista finaliza com um valioso conselho: “O importante é voltar o coração para o mistério que estamos celebrando. Depois, podemos compartilhar a graça da participação na Eucaristia, como inclusive é recomendado ao final de cada missa quando o padre diz ‘Ide em paz, e que o Senhor vos acompanhe’. É isso: que na comunhão com Cristo eu possa, efetivamente, evangelizar”.

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