No dicionário, a reciprocidade é definida como correspondência mútua, uma troca que é boa para todos que estão envolvidos. A psicóloga Janete Schulz explica que esta atitude gera um círculo virtuoso que fortalece as relações: “Uma relação recíproca gera um crescimento para todos, é uma retroalimentação do bem”.

Atualmente a sociedade tem passado por uma fase de esfriamento da reciprocidade, onde a desconfiança e o medo são barreiras para estabelecer laços sociais, principalmente no âmbito profissional e social. “Vivemos um período social de afastamento, egoísmo, agravado pela era digital. Fica cada um no seu quarto, no seu celular, o que gera um esfriamento na hora de estabelecer relações”, afirma Janete.

Apesar disso, a psicóloga lembra que há motivos para se manter otimista, pois ainda há muitas pessoas interessadas em se doar e fazer o bem. “Há muitos grupos que se envolvem com projetos sociais, levam educação, doações, atendimentos a comunidades carentes ou a alguma pessoa que esteja precisando”, conta.

Agradecer

A psicóloga explica que a reciprocidade é uma virtude aprendida desde criança no berço familiar, pelo exemplo, pelos ensinamentos e estímulo para doar, dividir e observar o próximo. “A reciprocidade começa pela gratidão. Quando você observa o que tem e agradece, aprende a dar valor e isso motiva a partilhar com o próximo”, afirma.

Ajudar o próximo não precisa estar necessariamente ligado ao dinheiro e a bens materiais. Janete explica que há muitas formas de se dispor para fazer o bem. “Hoje, a maior doação que você pode fazer a alguém é o seu tempo, pois ele não pode ser comprado ou recuperado e é muito valioso”, pontua. Ela ensina que há muitas maneiras de retribuir as coisas boas que aconteceram na sua vida: “Se você teve condições de estudar, fazer um curso na faculdade, pode usar seu conhecimento para ensinar, educar e preparar outras pessoas, por exemplo”.

O que alguém fez de bom para você hoje e como retribuiu esta ação?