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Mulher: histórico de lutas e vitórias

Vencer a violência doméstica ainda é um desafio!

A mulher e seu valor inestimável… Como dimensionar tamanha força e amor? Como explicar tantas conquistas desse ser tão valoroso? Foram mesmo várias vitórias: desde situações simples, como o direito de frequentar escolas e praticar qualquer esporte, passando pela conquista do direito de votar em 1934, até a criação de delegacias especializadas para as mulheres, além da Lei Maria da penha. Muitas conquistaram por mérito um espaço no mercado de trabalho. E neste histórico de lutas e conquistas, uma ainda está por vir: a vitória contra a violência doméstica. Infelizmente um problema ainda grave que assombra todo o Brasil. Para que essa vitória aconteça o mais rápido possível é importante contar com algumas ajudas importantes.

Em Goiânia, capital de Goiás, o Centro de Valorização da Mulher, faz um trabalho maravilhoso de apoio e acolhimento às mulheres vitima de violência. Presidente do centro de apoio há oito anos, Maria Cecília Machado, destaca que em 20 anos de trabalho foram muitos atendimento, cerca de 100 mulheres passam pelo local a cada mês. “Ela vem através dos conselhos tutelares, por outros órgãos do governo, mas também batem na nossa porta na calada da noite pedindo socorro. Então, há várias formas de chegar. Costumamos dizer que aqui é igual coração de mãe, sempre tem um lugar para a mulher vitimada”, pontuou a presidente.

Essa porta sempre aberta, pronta para acolher e auxiliar tantas mulheres é um refúgio. Muitas vezes elas encontram no Cevam o colo que precisam para superar situações difíceis. E, segundo Maria Cecília, em todos os casos de superação vistos por lá tem uma característica comum. “A mulher tem que ter um suporte porque ela está no ciclo da violência e se não tiver, em primeiro lugar, Deus, ter uma fé inabalável e acreditar que a vida dela vai mudar e ela tem que mudar, tem que se fortalecer. O papel fundamental é da família e temos sentido que a família está muito presente”, ressaltou.

Assim como o apoio é importantíssimo, as denúncias são essenciais para enfrentar a violência contra a mulher. E elas têm aumentado nos últimos anos, principalmente de 2006 pra cá, quando foi criada a Lei Maria da Penha, que é hoje a principal legislação brasileira que ajuda a enfrentar esse grave problema. “Desde que se criou a lei, gradativamente a mulher está ficando mais corajosa, mas não adianta ter só coragem, pois ao voltar para casa, muitas vezes o agressor mata. Ela precisa sair do ciclo, precisa pedir ajuda. Até hoje, nós não temos uma avaliação precisa se a violência aumentou ou se mulher está mais corajosa. Há 20 anos trabalho aqui e vejo que dia a dia a violência tem aumentado”, comentou a presidente.

Para a socióloga Aava Santiago, a denúncia é mesmo um caminho para que tantas mulheres deixem de sofrer. Ela é palestrante e fala sempre sobre o empoderamento feminino. E foi no decorrer desse trabalho que ela percebeu o quanto muitas mulheres sofriam caladas. Isso fez surgir um movimento muito importante: a rede de apoio ‘Você não está sozinha’.

“Na verdade essas mulheres não sentiam coragem de falar com as pessoas mais próximas, como suas mães, filhas, irmãs e então elas precisavam de alguém que desse a elas a sensação de que elas não estavam sozinhas para falar sobre isso. Foi aí que surgiu a ideia de começar a produzir conteúdo a esse respeito”, ressaltou Aava.

O trabalho da socióloga se espalhou e conta hoje com mais de 300 mulheres que estão sempre dispostas a ajudar aquelas que passam por algum tipo de violência. Aava explica que a intenção do grupo é sempre dar o apoio que a mulher precisa para que ela consiga superar as situações de dificuldade e seguir a vida longe da violência. “Não só a denúncia é importante como a certeza de que outras pessoas estarão ao lado dela quando passar por isso. O que mulher pensa nessa hora? Se eu sair desse relacionamento, quem vai ficar do meu lado? Quem vai me acolher? Quem vai me ouvir? Então, a rede é para que essas mulheres tenham a convicção de que elas podem sair desse relacionamento que vai ter gente do lado delas para segurar essa barra”, concluiu a socióloga.

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