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Intolerância religiosa: Religião se discute sim, mas com respeito!

Preconceito e julgamentos, na maioria das vezes, geram conflitos sociais. A dica é: respeite a crença do outro!

A cultura do ódio e da intolerância aterroriza a humanidade há séculos, isso é explícito. A história relata inúmeras guerras e conflitos gerados por disputas entre povos por territórios ou poder que resultaram em grandes destruições pelo mundo. Outro motivo, também secular, que gerou e, mesmo que menos, ainda gera conflitos sociais é a religião, neste sentido, pautada em preconceitos, desrespeito e disputa por quantidade de seguidores. Resultado? A tal intolerância religiosa.

Ao falar sobre o tema, Papa Francisco afirma que sentimentos e atos que pareciam um pouco superados parecem estar de volta e se espalhando entre os homens. “Vivemos tempos em que se espalham sentimentos de desconfiança, medo, desprezo e até ódio perante pessoas ou grupos considerados diferentes pela sua afiliação étnica, nacional ou religiosa”, alerta.

O Papa ressalta ainda que esses sentimentos inspiram atos de intolerância, discriminação ou exclusão, que prejudicam a dignidade e os direitos à vida e integridade física e moral. “A gravidade desses fenômenos não nos pode deixar indiferentes. Somos chamados, em nossos respectivos papeis, a cultivar e a promover o respeito pela dignidade intrínseca de cada pessoa humana, a partir da família – lugar onde aprendemos desde a tenra idade os valores de partilha, aceitação, irmandade e solidariedade – mas também nos vários contextos sociais onde estamos”, disse.

As relações atuais são pautadas em reflexos de comportamentos vistos e repetidos. E, ao longo da história humana, a resistência se faz presente em aspectos que a transformam em divergência de ideias, principalmente no campo religioso. O famoso ditado “Religião não se discute!”, nem sempre tem efeito positivo. Para o Missionário Redentorista, Pe. Natalino Martins, independente de crença, cada pessoa tem sua capacidade e potencialidade. “Não é pelo falo de eu ser católico e crer em Jesus, que é filho do Divino Pai Eterno, movido pela força do Espírito Santo, que eu sou melhor que outras pessoas, que dizem não crer na mesma instituição sagrada que eu creio”, afirma.

Ainda de acordo com o padre, a intolerância é um dos maiores, se não o grande problema da unidade, tanto dos cristãos quanto daqueles que não se consideram de religiosidade nenhuma. “Diante de todos os problemas e situações que enfrentamos, a intolerância se baseia e se coloca como uma das mais agravantes, uma porque ela não abrange apenas o âmbito religioso, mas também o âmbito social, porque diante de várias situações que nos são apresentadas, os problemas sociais são um grande reflexo daquilo que na verdade eu e você cremos, porque quando cremos na profunda força de unidade que o próprio Deus nos dá, este braço do crer que eu realizo e professo, faz com que minhas ações sejam construtoras de uma realidade melhor, do bem, da justiça e da fraternidade. Quando eu não creio nesta possibilidade de surgir algo bom por meio daquilo que eu faço, eu começo a dissuadir outras realidades, de modo que aquilo que eu professo, não crendo em Deus, será um grande contribuidor para a destruição das relações. Por isso, eu me torno arrogante, indiferente, avesso a todas as realidades do bem e da pregação de Cristo”, pontua.

Diante de tais situações de conflitos sociais, o respeito entra como um grande aliado de paz e harmonia entre indivíduos e suas individualidades. “O grande fator da desunião mundial é essa questão do não aceitar as ideias do outro, o modo de pensar, e também as capacidades que o outro tem. Todos somos seres capacitados, porque Deus nos criou a Sua Imagem e semelhança. Nós partimos de um mesmo ponto, de que somos criaturas advindas do mesmo criador e essa consciência por mais que seja dolorosa e difícil de ser aceita, é real”, pontua.

Para finalizar, o padre afirma que não somos frutos de origens diferentes, para cultivarmos as diferenças entre nós. “Somos homens e mulheres advindos de uma realidade profundamente única e sabemos que essa intolerância acontece de um modo agravante, fazendo com que grupos aconteçam, existam. Grupos dos que se consideram mais eleitos, mais sábios, abastados e daí por diante. A intolerância religiosa surge diante de todos os embates e resumos históricos acerca desse tema de que eu não quero que a outra pessoa professe uma fé diferente da minha. E o grande embasamento dessa realidade intolerante é pelo número de participantes, e não pela fé em si. Como padre, eu dou um conselho a todas as pessoas para que vivam a harmonia e o respeito às escolhas religiosas”, afirma o Missionário Redentorista.

A intenção de Jesus Cristo é que, a seu exemplo, sejamos todos disseminadores do amor. “Continue acreditando no próprio Cristo, porque o modo que você acredita o fará uma pessoa angariadora, pescadora de homens, pessoas. É interessante termos a concepção de que quando estamos com Cristo somos pessoas aglutinadoras, capazes de unir e não de dividir. Seremos homens acolhedores e não seremos pessoas dispersadoras, mansos e humildes de coração. Assim como o próprio Cristo envia os 72 discípulos, ele diz:  ‘Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos’. Ele estava declarando a dificuldade da evangelização em meio a um grupo que se revela com muitos membros que creem, e muitos que não creem como deveriam crer. Então, diante de toda a realidade somos chamados a manter a nossa fé, mesmo diante de todos os embates das situações da religiosidade. Mantenha sua fé, seja uma pessoa unitiva, que não critica, que não de vasão a crítica nenhuma, professe a sua fé como um verdadeiro amigo de Cristo, porque este não produz a divisão, produz a unidade”, aconselha Pe. Natalino.

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