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Família organiza campanha para lutar contra o preconceito

#Somostodosgigantes tem objetivo de levar informações sobre o nanismo e quebrar preconceitos sociais

Um vídeo gravado pelo Gabriel Yamin e seus pais viralizou em 2015. De uma forma muito meiga, ele, na época com 8 anos, conseguiu mexer com o preconceito de muitos. Isto porque Gabriel tem nanismo e desde muito novinho foi obrigado a lidar com a rejeição da sociedade.

A mãe de Gabriel, Juliana Yamin, relembrou o momento. “Quando a gente começou a pensar na campanha ‘somos todos gigantes’, a primeira coisa que fizemos foi conversar com o Gabriel, afinal de contas a gente precisava da participação dele. Engajá-lo nessa campanha que era por ele. Eu perguntei se ele topava gravar o vídeo falando sobre o que mais o incomodava e ele falou que era o preconceito, então chegamos à ideia de: ‘Meu tamanho te incomoda? O que me incomoda é seu preconceito!'”, explicou.

Há quatro anos tiveram a ideia de criar a campanha: #somostodosgigantes. “Nosso intuito inicial é que fosse uma campanha de combate ao preconceito e falar sobre o nanismo sem tabu, pois muitas pessoas têm receio de falar sobre isso porque sempre virava piada. A gente resolveu falar abertamente como pais de uma criança com nanismo e colocando o Gabriel à frente, porque as pessoas têm um olhar diferente quando se trata de uma criança”, afirmou Juliana.

O que é o nanismo?

Desde de 2004, o nanismo é reconhecido no Brasil como deficiência física. O transtorno faz com que a pessoa tenha uma altura 20% menor que a média da população. Existem mais de 400 tipos dessa condição genética que é o resultado de uma alteração que nem sempre tem ligação hereditária.

Para Gabriel, hoje com 12 anos, a campanha #somostodosgigantes é especial em sua vida. “A campanha significa tudo para mim. Se não fosse ela eu nem estaria aqui conversando com a equipe da TV Pai Eterno. A gente não alcançaria tantas pessoas que vivem uma situação parecida e a comunidade do nanismo não seria tão grande como é hoje. Isso mudou muito minha vida, porque nunca imaginei que minha condição fosse movimentar tantas pessoas”, explicou.

Com o objetivo de informar quem precisa conhecer sobre o assunto, a família criou um site. Por meio dele acontece a conexão com outras pessoas pelo Brasil e pelo mundo, mudando diariamente a vida de tanta gente. “Eu tenho percebido que pelo pouco tempo de campanha muitas mudanças aconteceram. Outros pais também começaram a divulgar e mais pessoas começaram a se envolver e trabalhar pela causa”, afirmou a mãe.

Alegria

Quem conhece o Gabriel sabe que ele adora jogar futebol (veja vídeo abaixo), mas, na escola, gosta muito de matemática. “São duas atividades muito diferentes, o futebol é um negócio de lazer que me divirto bastante, gosto de ir aos jogos, acompanhar os campeonatos e jogar com meus amigos. Já a matemática eu gosto muito porque a gente entende tudo através dela, mas, se for para escolher, acho que o futebol acaba ganhando”, contou.

Para os irmãos, Laura, 11, e Fernando, 8, conviver com o Gabriel é motivo de alegria e inspiração. “O Gabriel para mim é uma inspiração de que nem sempre a gente é perfeito, mas que é possível lidar com isso. Ele é muito esperto e eu admiro muito ele”, afirmou Laura.  Já para Fernando, o Gabriel é a peça que completa a família. “A vida é um quebra-cabeças e, sem uma peça, não dá para completá-lo. Seu não tivesse o Gabriel no meio disso tudo o nosso quebra-cabeças não estaria completo e não seria a mesma coisa. Então é isso que ele representa para mim, uma peça que completa meu quebra-cabeça da minha vida”, ressaltou.

Para Gabriel, a campanha é importante, mas a mudança só acontece quando cada pessoa decide ser transformada. “A gente incentiva e tenta fazer nossa parte, mas a mudança depende também das pessoas se deixarem transformar. Elas têm que se mobilizar, mostrar que mudaram, que não fazem mais piadinhas ou bullying e demonstrar mais respeito”, disse o Gabriel.

Ele também aproveitou para deixar um convite. “Eu queria que você refletisse: por que você tem este preconceito com quem tem nanismo? Afinal, as pessoas não são iguais, são diferentes de vários jeitos, inclusive no tamanho. O preconceito não dá nenhuma vantagem e acaba prejudicando a gente”, finalizou o pequeno, com muita sabedoria.

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