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Convento Capuchinho de St. Maria da Graça: vida, missão e morte de Pe. Pio

Construído em São Giovanni Rotondo, o local abriga o antigo mosteiro, a igreja do século XVII e o novo santuário

Construído na área oeste da cidade de São Giovanni Rotondo, o conjunto do Convento Capuchinho de Santa Maria da Graça inclui o antigo mosteiro, a igreja do século XVII e o novo santuário. O conjunto de construções é o principal destino de peregrinação de fiéis vindos de várias regiões do mundo a São Giovanni Rotondo.

O Convento Capuchinho de Santa Maria da Graça, assim como a igreja antiga de São Giovani Rotondo, abriga os frades capuchinhos desde 1540. Ao longo dos séculos, a construção sofreu profundas e significativas mudanças, mas permanece substancialmente inalterada desde o momento da chegada de Padre Pio a pequena cidade da região da Apúlia.

“Este convento em que nos encontramos, aqui em San Giovanni Rotondo, é muito antigo, do ano de 1540, na origem da reforma capuchinha, que aconteceu em 1528. Foi suprimido por duas vezes em sua história, por causa das leis do estado. Em 1811 e em 1866, muitos religiosos foram expulsos da Itália e é muito comum encontrarmos hospitais e prefeituras que foram conventos de franciscanos, dominicanos e outras ordens. Padre Pio veio aqui em 1916 e havia apenas sete anos que este convento tinha sido reaberto, depois de um longo período, de 1866 a 1909”, conta Frei Carlo Maria Laborde.

O jovem Frei Pio de Pietrelcina estava decidido a abraçar a austeridade franciscana. O Convento e o claustro foram lugares muito queridos pelo Santo capuchinho. Registros do epistolário dele dão conta de que São Pio via o convento como “o lugar seguro, o asilo de paz”. Ele chega a acrescentar: “E onde melhor poderei servir-te, Senhor, senão no claustro e sob a bandeira do pobrezinho de Assis? Que Jesus me conceda a graça de ser um filho menos indigno de São Francisco”.

Frei Carlo conta que Padre Pio chegou ao local em 1916, veio para passar alguns dias de repouso: “Veio porque precisava respirar um bom ar, e aqui é mais fresco em relação à Foggia, para onde havia sido mandado antes. E depois quis a providência de Deus que ele permanecesse aqui por 52 anos. Então, toda a vida e missão sacerdotal de Padre Pio foi desenvolvida neste convento, de 1916, quando chegou, até a morte em 1968”.

Por um tempo, Padre Pio viveu na pequenina cela número 05. Foi no pequeno quarto que o religioso capuchinho escreveu a maior parte do epistolário, endereçado aos superiores, aos confrades e aos seus filhos espirituais. No local também atendia confissões dos alunos da escola paroquial.

Atualmente, a cela abriga duas relíquias muito importantes e que não ficam expostas ao público: o coração de Padre Pio e uma túnica, que comprova aquela que seria a “chaga mais dolorosa”, o peso da cruz de Cristo em seu ombro. Ela só foi descoberta por um dos freis que recolheram os pertences de Padre Pio após a sua morte. Além disso, muitos anos antes, Padre Pio havia recebido a visita do então Pe. Karol Wojtyla e, na ocasião, revelou a ele a existência dessa chaga e também profetizou que ele se tornaria o Papa João Paulo II.

O refeitório do Convento de São Giovanni Rotondo ainda guarda com reverência o lugar onde Padre Pio se sentava para fazer as refeições. Com a comunidade dos frades capuchinhos, ele descansava e se alimentava para estar melhor disposto ao serviço junto aos seus filhos espirituais. “O Padre Pio viveu a vida de frade em tudo, de forma plena, sem nenhum tipo de privilégio, não era isento de nenhuma das atividades da vida comunitária. Ele compartilhava os momentos das orações, as refeições que ele tomava junto dos frades, amava a companhia dos frades e gostava muito de estar com eles. Padre Pio viveu uma vida de frade normal, não obstante seus carismas, os seus dons carismáticos muito fortes, Padre Pio, contudo, gostava muito da vida comunitária, gostava de viver com todos os confrades, de estar junto com eles”, explica o Frei.

No Convento de San Giovanni Rotondo, padre Pio viveu a maior parte da vida. E foi lá que também conviveu por mais tempo com as chagas que recebeu de Cristo, os chamados “estigmas”. Neste caso, significa a graça de sofrer as chagas de Cristo no próprio corpo não só espiritual, mas fisicamente, de modo visível ou invisível.

A primeira vez que o Frei Pio de Pietrelcina recebeu os estigmas foi no dia 20 de setembro de 1910, alguns dias depois de ser ordenado. Ele estava em oração na Piana Romana, local que gostava de frequentar desde pequeno para contemplar as maravilhas de Deus. Ele ficou muito assustado, porém, com a ajuda de outro frade, logo entendeu do que se tratava. Os dois rezaram juntos e, algumas horas depois, as chagas haviam desaparecido por completo.

Em 1918, já em San Giovanni Rotondo, ele voltou a receber as chagas e, desta vez, elas permaneceram por cinquenta anos. Foram cinco as chagas de Cristo durante a crucificação: uma em cada mão, uma em cada pé e uma do lado do coração. Padre Pio recebeu todas elas.

Pe. Pio ficou desconsertado com esse fato. Procurou o pároco e disse: ‘veja o que está acontecendo comigo. Esses sinais. Reze a Jesus para que tire isso de mim. Tire de mim esses sinais. Porque eu quero sofrer, mas não quero esses sinais’. O pároco disse: ‘eu posso ajudar a rezar, mas se o Senhor quer isso, você deve fazer a vontade do Senhor’. Depois, estes sinais apareciam e desapareciam. Era, pois, o Senhor que começava a moldar, plasmar este nosso irmão, este santo que ficou se tornou semelhante a Jesus. Quando, pois, Pe. Pio terá os estigmas perfurados nas mãos e nos pés e quando a notícia é espalhada, o pároco disse: ‘vocês sabem somente agora?’ . Era 1918. ‘Eu já sei há 8 anos’. Pe. Pio já portava esses sinais visíveis e que apareciam, desapareciam. Assim era também depois quando Pe. Pio tinham estigmas perfurados. Havia sempre uma transformação. Parece que pouco a pouco iam desaparecer, e depois, recomeçavam de novo. E ficaram sempre por 50 anos”, relata Pe. Giuseppe D’Onofrio, paróco e reitor do Santuário de Pietrelcina.

Ao longo de 50 anos, Padre Pio conviveu com intensas dores no corpo e também na alma. O desejo dele era tomar para si o sofrimento da humanidade e ter a graça de sofrer a mesma dor que Jesus sofreu ao ser crucificado. Por isso, mesmo com todas as dores, ele seguia perseverante na fé e na missão sacerdotal.

Dado o intenso trabalho administrativo e espiritual, Padre Pio passou a morar na cela número 1, a partir de 1944. O espaço foi ampliado para atender as necessidades do Santo. Deste lugar, São Pio administrava os atendimentos pastorais, os Grupos de Oração e a Casa Alívio do Sofrimento. O local está como na noite que Padre Pio acolheu a morte, na madrugada do dia 23 de setembro de 1968.

Direi que Padre Pio deixa uma mensagem muito importante a toda a Igreja e aos seus filhos espirituais, antes de tudo, o amor a Cristo Crucificado e o amor à Virgem Maria, que são o grande amor que guiaram e orientaram toda a vida do padre Pio. Fazer a vontade de Deus, fazer aquilo que o Senhor quer, também quando o senhor quer”, conclui Frei Carlo.

 

 

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