Notícias

Testemunho sacerdotal: de médico a padre

Dia do Padre: conheça a história do Pe. Ricardo Passamani, da Arquidiocese de Vitória (ES). Um médico que atendeu o chamado ao sacerdócio

Hoje, 4 de agosto, dia em que a Igreja celebra a memória de São João Maria Vianney, é celebrado também o Dia do Padre e quem está comemorando a data pela primeira vez é o Pe. Ricardo Passamani, da Arquidiocese de Vitória (ES). Ele recebeu a ordenação sacerdotal no último dia 25 de julho e está muito feliz na nova missão. Natural da cidade Conceição da Barra (ES), ele se formou em medicina, em 2009, e após sentir em seu coração o desejo de se tornar padre, entrou para o seminário, onde permaneceu por oito anos até concluir todo o processo até a ordenação sacerdotal. Confira entrevista:

Como foi a experiência de receber a ordenação neste período de pandemia?

 Pe. Ricardo Passamani: É um período muito complicado em que vivemos, mas acredito que seja um sinal de esperança para o povo, uma demonstração de vitalidade da Igreja, mesmo em meio às dificuldades que atravessamos.

Antes de ser sacerdote exercia medicina. Como tudo isso começou?

Pe. Ricardo: Me formei em 2009, estava para completar 23 anos de idade. Trabalhei dois anos como médico no interior e depois de uma série de acontecimentos, acabei entrando no seminário para ser padre. Durante todo o período do seminário eu atendia no ambulatório da igreja, prestava serviço para a população carente e também aos colegas que precisavam e às pessoas que me paravam na rua. A medicina continua em atuação e quanto ao sacerdócio, eu acredito, que ele alarga a medicina na minha vida, colocando ela em contato com o corpo e com a alma.

Como foi a sua infância em relação à religião?

Pe. Ricardo: A metade da minha família era evangélica e a outra metade era católica não praticante, ou pouco praticante. Então, a minha experiência com Jesus Cristo é desde pequeno. Na verdade, eu falava que queria ser pastor, mas depois de jovem minha experiência foi com a Igreja Católica. A minha mãe me deu um livro chamado “Por que sou católico?”, do professor Felipe Aquino e esse livro me colocou diante de um mundo novo, o mundo católico. Para mim, foi uma experiência muito importante.

Esta influência dos pais teve efeito na decisão de ser médico?

Pe. Ricardo: Meu pai é médico e temos na família diversos médicos. Então, na verdade, entrar na medicina era um caminho previsto para mim. Queria mesmo era ser narrador de futebol pelo rádio, mas meu pai me convenceu de fazer medicina. Tenho uma irmã médica. O meu pai é um médico de estilo antigo, aquele médico que faz da medicina um sacerdócio. Eu sou acostumado, desde pequeno, com as pessoas chamando na porta para pedir ajuda e meu pai atendendo a qualquer hora. Então, eu fui um médico que procurou imitar meu pai. Fazia um atendimento médico popular e, na verdade, encontrei no posto de saúde pessoas cujas doenças estavam em algo mal resolvido no interior da alma. Então, eu comecei a encaminhar muitas pessoas para o padre da cidade. Pegava aquelas fichas de encaminhamento que o pessoal usa pra encaminhar pra outro médico e eu encaminhava ao padre, pedindo que ele ajudasse aquela pessoa a fazer uma boa confissão. Houve um fato de uma senhora com câncer terminal e eu a convenci de receber o Batismo e, no dia, ela disse ao padre que aquele era o dia mais feliz da vida dela. Então, esse tipo de ocorrência foi muito importante na minha decisão de entrar para o seminário.

E hoje, como você vê a medicina na sua vida?

Pe. Ricardo: Eu estou à disposição se alguém me pedir alguma coisa na área da medicina. Inclusive, nesta semana, fui atender algumas pessoas com covid. Mas, eu não sei o que Deus tem pela frente. Estou aberto a conhecer essa relação da medicina com o sacerdócio.

Sobre o discernimento vocacional…Como foi?

Pe. Ricardo: No período do discernimento, eu frequentei os encontros vocacionais do Seminário Diocesano aqui de Vitória, como todos os jovens fazem. Também estive em contato com um instituto religioso chamado Instituto do Verbo Encarnado, mas eu resolvi, no final, ficar na Diocese mesmo. Foram oito aos de preparação, fiz todas as etapas. Acho que Deus me permitiu ficar esse tempo longo no seminário e foi benéfico porque eu precisava crescer muito espiritualmente.

Como a família reagiu à sua decisão de se tornar padre?

Pe. Ricardo: A minha mãe acolheu muito bem porque ela é uma pessoa da Renovação Carismática, de grupo de oração, mas o meu pai não é muito religioso e ficou bastante chateado. Eu nunca desobedeci meu pai na minha vida e se ele, por acaso, vetasse a minha decisão, mesmo que com 24 anos, eu provavelmente não teria tido coragem de contrariá-lo. E ele mesmo, no dia que eu contei que iria para o seminário, reconheceu e disse: “Meu filho, eu tenho certeza qu se eu disser não, você não vai. Mas, diante de Deus, quem sou eu para dar uma opinião, portanto, faça o que você achar que deve”.

Antes de ser médico, já tinha esse horizonte do sacerdócio, já pensava em ser padre?

Pe. Ricardo: Como eu não tinha boa definição da religião, eu pensava em seguir como evangélico. Eu tinha uma namorada de uma comunidade evangélica e, juntos, nós buscávamos algo intermediário, nem católico, nem evangélico. Eu gostava muito de pregar a Palavra de Deus, mas de uma maneira totalmente desorientada, isso eu penso hoje, quando olho pra trás.

E hoje, quais são as suas expectativas? Quais são os projetos diante deste novo caminho como padre?

Pe. Ricardo: Eu tenho dois projetos: eu quero ser santo! E não abro mão disso. Então, o que eu puder fazer por isso, farei! É o único sonho que eu tenho, pessoal. E quanto aos meus irmãos, aos quais, por eles, em serviço estarei, desejo para eles a mesma coisa. Então, se eu puder fazer, pouco que seja, para ajudar as pessoas a serem apaixonadas pelo Pai Eterno, assim farei!

Qual mensagem deixaria para os jovens neste Mês Vocacional?

Pe. Ricardo: A vida de qualquer pessoa só faz sentido se tivermos um grande ideal. Penso que a juventude de hoje precisa viver em busca de ideais. Acho que o Papa Francisco tem pregado muito isso aí. Desejo que cada jovem coloque no seu coração, ou permita cair em seu coração, o desejo de fazer alguma coisa que faça valer a pena a sua existência. Se por acaso, tiver o desejo de ser padre, que abrace corajosamente. Mas, se tiver que fazer algo de grande pela humanidade, faça também, que, com certeza, o Senhor o abençoará.

Deixe o seu Comentário


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site, e podem passar por moderação.
1 Cometários
  • Angela Coelho Marques Marques
    9/2/2022 - 20:46:09

    Nossa, muito lindo este testemunho, que chamado! Até chorei! Deus abençoe.

  • TV Pai Eterno

    Baixe o aplicativo Pai Eterno


    Google Play
    App Store
    © Copyright, Afipe - Associação Filhos do Pai Eterno