Hoje eu quero convidar você a ser amigo de Deus. Sim, é isso mesmo: nós somos amigos de Deus. É fato que o primeiro mandamento da lei de Deus pede que nós o amemos sobre todas as coisas. Jesus, ao resumir os mandamentos em dois, novamente reforça que devemos amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. 

Quando falamos sobre ser amigos de Deus não estamos contrapondo ao amá-Lo. Mas abre-se uma oportunidade para pensarmos no sentido dessas duas palavrinhas. José Tolentino Mendonça, no seu livro Nenhum caminho será longo ele diz que para o caminho espiritual é importante percebermos essa diferença. Compartilho este trecho.

“Com muita facilidade, quase por automatismo, adotamos o vocabulário do amor, que corre o risco de tornar-se uma gramática sonâmbula. Dizemos amo sem que isso cause qualquer estremecimento, nem corresponda a um compromisso efetivo. Importa pensar no que dizemos quando afirmamos que amamos a Deus. Nesse sentido, o modelo da amizade pode ajudar-nos a perceber, até como contraponto ao sonambulismo dos nossos enunciados, o que é, o que pode ser a nossa relação com Deus. O perigo que o vocabulário do amor oferece é o de perder-se no indefinido, alarga-se no ilimitado da subjetividade: não sabemos bem o que é o amor; é sempre tudo; é uma tarefa desmesurada; e essa sua indestrinçável totalidade demasiadas vezes se consuma numa desiludida retórica. A amizade é uma forma mais objetiva, mais concretamente desenhada, talvez mais possível de ser vivida.”

Somos amigos de Deus. Precisamos ser amigos de Deus… pois a relação de amizade se tece na confiança e gera a intimidade. Não podemos viver a nossa vida de fé, nossa vida de oração como se fosse com um desconhecido. Não… a nossa amizade com Deus deve nos fazer mergulhar nas profundezas do seu amor e renovar a nossa vida. Lembre-se: a forma como nós falamos com Deus, nosso amigo, muda a nossa forma de falar com as pessoas.

Marcus Túllius

Apresentador da TV Pai Eterno