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Especialista fala sobre a experiência religiosa virtual

Doutor em ciências da comunicação diz que a tecnologia deve ser aliada à Igreja

Estamos em plena Novena Preparatória para a Festa do Divino Pai Eterno, realizada há mais de 180 anos, em Trindade (GO). Uma festa que reúne mais de 3 milhões de pessoas para rezar, compartilhar a vida e se alegrar pelas ruas apertadas da cidade e que, neste ano, precisou ser realizada sem a presença calorosa dos devotos, e de forma virtual. Então, uma vez que o romeiro não pode vir à Trindade devido à pandemia, Trindade está indo até o romeiro, em suas casas por meio da TV, rádio e internet.   

Para conversar sobre a experiência virtual de uma grande festa religiosa como essa, o programa Parlatório, da TV Pai Eterno, apresentado pelo Missionário Redentorista Pe. Rafael Vieira, trouxe o doutor em ciências da comunicação, Moisés Sbardelotto. Segundo o especialista, essa nova modalidade assusta por não ter feito parte da vida das pessoas até agora. “Não faz parte da nossa cultura, de como fomos criados na fé, mas eu acho que, para as próximas gerações, esses aparelhos que, para nós, parecem estranhos, para essa geração são naturais, porque, elas já nasceram em uma cultura cheia de telas, onde elas aprendem muitas coisas por meio das telas, então, isso vai se naturalizando com o passar do tempo, embora isso possa chocar”, destaca. 

Para o doutor em comunicação, alguns pontos precisam ser levados em conta, ao analisar essas questões no âmbito. “O importante é a gente lembrar que, no fundo de toda experiência religiosa, a própria tradição, ela sempre foi vivida por meio de mediações, os livros, como a Bíblia, os gestos, os rituais, a arte sacra, todas são mediações, formas que nos ajudam a interpretar o Sagrado, o Divino. Essas tecnologias são novas mediações. A Igreja é muito cuidadosa e ela cuida para que tudo isso não engula as coisas da Igreja, mas que seja uma aliada”, ressalta. 

Moisés Sbardelotto lembra ainda que, apesar de o Papa Francisco não andar com um celular na mão, ele está muito atento à essa tecnologia, dentro do ambiente religioso. “Papa Francisco incentiva a experiência virtual, ele é o Papa da comunicação, ele já disse que tudo que fazemos é comunicação, inclusive os silêncios e as ausências. Papa Francisco sabe resgatar o aspecto humano da comunicação, que vai para além das tecnologias, e quando ele fala da tecnologia, ele sempre resgata isso, que são redes de relações humanas, de contatos. Na Laudato Si’ ele fala sobre isso. Do paradigma tecnocrático, o ser humano tem que assumir a liderança e colocar a tecnologia o seu lugar”, afirma.  

De acordo com o especialista, a Igreja vem dando passos significativos dentro do ambiente tecnológico. “Podemos falar do Diretório de Comunicação do Brasil, que é um documento importante, sinal de que a igreja está atenta para essas questões, porque traz para o debate eclesial, inclusive em um âmbito para evangelização. E hoje, temos também essa reorganização da pastoral da comunicação, um processo bastante significativo, quem vem tentando fazer esse trabalho, de pensar a comunicação como um dos eixos fundamentais para a própria ação evangelizadora, e esse período de pandemia, fez com que esses agentes de pastorais se mobilizassem mais, justamente por causa dos templos fechados, do distanciamento entre as comunidades”, destaca.

Assista aqui a íntegra da entrevista:

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