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Santa Dulce dos Pobres: celebremos o Anjo Bom da Bahia

Hoje é dia de celebrar a primeira santa brasileira, reconhecida por sua dedicação aos mais necessitados e doentes

“Minha cabeça estava virada mais aos pobres e doentes. Naquela época, todo mundo estranhava porque eu vivia na rua, mas eu tinha licença para fazer isso. Eu sabia que era isso que tinha que fazer”.

O belo relato de Irmã Dulce explica o porquê de ter se tornado o “Anjo Bom da Bahia”. A primeira santa brasileira, celebrada nesta sexta-feira (13/08), tinha uma meta para cumprir quando se tornou religiosa: ajudar aos mais necessitados. E conseguiu! 

Destemida e com grande senso de justiça, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, seu nome de batismo, se formou para ser professora e sentiu nessa época o chamado à vida religiosa, após visitar com sua tia, áreas onde moravam pessoas carentes. 

Então, em 1933, a jovem ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. No ano seguinte, fez os votos de fé e, ao receber o hábito, escolheu o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

De volta a Salvador, já como freira, sua primeira missão foi ensinar em um colégio, mantido pela sua congregação religiosa. Era na paróquia da Boa Viagem que irmã Dulce se colocava diante de Deus e visitava Jesus na Eucaristia. A igreja faz parte do convento de Santo Antônio, onde ela viveu. Em sua missão, foi luz para a vida de muitos, já que nunca deixou de pensar nos pobres. 

Ela que teve uma vida marcada por trabalhos assistenciais, feitos em comunidades carentes de Salvador, se doou por amor ao próximo, a exemplo de Cristo. Só para se ter uma ideia, dormiu por trinta anos em uma cadeira de madeira, para cumprir a promessa feita, para que sua irmã sobrevivesse a uma gravidez de alto risco. 

Foram anos de trabalhos, que iam além do exercício de sua religiosidade, era de total dedicação e cuidado com a vida humana. Chegou, inclusive, a construir e manter uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país, as Obras Sociais Irmã Dulce. E, mesmo com a saúde debilitada, não interrompeu o seu trabalho com os mais necessitados. 

A fragilidade com que viveu os últimos anos de sua vida, com 70% da capacidade respiratória, não impediu que irmã Dulce desse seu testemunho de amor e fé ao Pai. Cinco meses depois da visita do Papa João Paulo II, que lhe concedeu a unção dos enfermos, Irmã Dulce morreu, em 13 de março de 1992. O velório foi na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, na Bahia, e os restos mortais estão hoje, na Capela do Santuário Santa Dulce dos Pobres, também na capital baiana.

Beatificação

O processo de beatificação da religiosa teve início em 2000, pelo cardeal Dom Geraldo Majella, quando recebeu do papa João Paulo II, o título de Serva de Deus. Em 2003, a Congregação da Causa dos Santos recebeu os atos jurídicos do processo, e reconheceu um possível milagre ocorrido por intercessão da religiosa. A graça alcançada foi a recuperação de uma paciente, que teve uma grave hemorragia pós-parto, e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. 

O voto favorável e unânime da Congregação para a Causa dos Santos, no ano de 2008, atribuiu à Irmã Dulce dos Pobres, o título de venerável, e deu destaque às suas “virtudes heroicas”, uma etapa considerada fundamental no processo de beatificação de uma pessoa. O anúncio foi feito em 2009 e, em 2010, o Papa Bento XVI autorizou a promulgação do decreto. 

Com o reconhecimento final do Pontífice, foi realizado um evento em Salvador, no ano de 2011. Na ocasião, a freira baiana passou a ser reconhecida com o título de “Bem Aventurada Dulce dos Pobres”, tendo o dia 13 de agosto, como data oficial de celebração de sua festa litúrgica. 

Em 2019, o Papa Francisco promulgou o decreto, que reconheceu o segundo milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, em que um fiel devoto, quatorze anos após ficar cego, voltou a enxergar, ao fazer uma oração para a então beata. A religiosa baiana foi canonizada pelo Santo Padre, na Praça de São Pedro, no Vaticano, em 13 de outubro do mesmo ano, e se tornou a primeira santa brasileira, a Santa Dulce dos Pobres.


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