Especial

Papa: diante de Deus, descobrimo-nos todos iguais

Pontífice publicou mensagem por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro

O Papa Francisco publicou mensagem por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que será comemorado em 3 de dezembro próximo. Na mensagem, o Papa iniciou citando o apóstolo João: “Vós sois meus amigos” e disse-lhes que a Igreja “precisa de cada um de vós para cumprir a sua missão ao serviço do Evangelho”.

A amizade com Jesus

Ao falar sobre a amizade, “Jesus é nosso amigo”, o Papa explicou que, “as suas palavras chegam até nós e iluminam o mistério da nossa ligação com Ele e da nossa pertença à Igreja. ‘A amizade com Jesus é indissolúvel. Nunca nos deixa, embora às vezes pareça calado’. E recorda: “Nós, cristãos, recebemos um dom: o acesso ao coração de Jesus e à amizade com Ele”. “Ter Jesus como amigo – continuou o Papa – é a maior das consolações e pode fazer de cada um de nós um discípulo agradecido, jubiloso e capaz de testemunhar que a própria fragilidade não é um obstáculo para viver e comunicar o Evangelho”. Porque, “a amizade confiante e pessoal com Jesus pode ser a chave espiritual para aceitar as limitações que todos experimentamos e viver em paz a nossa condição”.

A Igreja é a vossa casa

Para recordar que a Igreja é a casa de todos, o Papa escreveu:

“O batismo torna cada um de nós membro de pleno direito da comunidade eclesial e dá a cada um, sem exclusões nem discriminações, a possibilidade de exclamar: ‘Eu sou Igreja’. De fato, a Igreja é a vossa casa”

Em seguida, disse que a Igreja não é uma comunidade de pessoas perfeitas “mas de discípulos a caminho, que seguem o Senhor porque se reconhecem pecadores e necessitados do seu perdão” e que no Povo de Deus “todos são protagonistas, ninguém pode ser considerado um mero figurante”. Por isso, disse o Papa: “cada um de vós é chamado a oferecer a própria contribuição para o percurso sinodal. Estou convencido de que, se este for verdadeiramente ‘um processo eclesial participado e inclusivo’, a comunidade eclesial sairá realmente dele enriquecida”.

Discriminações na Igreja

O Papa lamentou o fato de “muitos de vós ainda hoje, infelizmente, ‘são tratados como corpos estranhos à sociedade (…), sentem que vivem sem pertença nem participação. No que diz respeito à vida da Igreja – continuou – ‘a pior discriminação (…) é a falta de cuidado espiritual’ que às vezes se manifesta na negação do acesso aos Sacramentos, experimentada infelizmente por alguns de vós. Neste ponto, Francisco advertiu: “o Magistério é muito claro nisto e, recentemente, o Diretório para a Catequese afirmou de forma explícita que ‘ninguém pode recusar os Sacramentos às pessoas com deficiência’, e concluiu “é precisamente a amizade de Jesus, recebida por todos como um dom imerecido, que nos resgata e permite viver as diferenças como riqueza”.

No tempo da provação, a amizade de Jesus protege

Neste parágrafo, o Papa fala sobre as situações de provações que muitos passaram e passam ainda, por causa de restrições. “A amizade de Jesus protege-nos no tempo da provação”. O Pontífice reitera o carinho e a atenção por todos: “Sabei que o Papa e a Igreja estão particularmente próximos de vós, com afeto e ternura”.

O Evangelho é para todos

“Da amizade com o Senhor deriva também a nossa vocação”, continuou: “sim, Jesus deseja que cheguemos à ‘felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa’. Neste ponto, o Papa exorta a todos:

“O Evangelho também é para ti. Dirigida a cada um, é uma Palavra que consola e, ao mesmo tempo, chama à conversão. O Concílio Vaticano II, ao falar da vocação universal à santidade, ensina que ‘os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. (…) Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que as dá Cristo”

O Papa pede orações

Por fim, Francisco faz um apelo a todos: “Sei que alguns de vós vivem condições de extrema fragilidade. Mas é precisamente a vós que me quero dirigir, talvez pedindo aos vossos familiares ou a quem vos acompanha de mais perto que vos leiam estas minhas palavras ou transmitam este meu apelo: pedir-vos para rezar”.

Todos sabem rezar

“E ninguém diga ‘eu não sei rezar’, porque, como diz o Apóstolo, ‘o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis’ e o papa recorda ainda que nos Evangelhos “Jesus ouve quem se Lhe dirige mesmo de forma aparentemente inadequada, talvez só com um gesto ou um grito”.

Reiterando seu apelo, afirma: “não há ninguém tão frágil que não possa rezar, adorar o Senhor, dar glória ao seu Nome santo e interceder pela salvação do mundo. Diante de Deus Todo-Poderoso, descobrimo-nos todos iguais”.

Jane Nogara – Vatican News


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