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Haitianos no Brasil: Uma nova oportunidade de vida

Associação e pastoral ajudam imigrantes a se comunicarem e terem melhores condições de trabalho

É com o objetivo de buscar novas oportunidades que milhares de haitianos estão espalhados em várias regiões do Brasil, inclusive em Goiás. Em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da Capital, foi criada a Associação dos Haitianos no Brasil, um grupo de trabalho para acolher todos que saíram de seu país em busca de uma nova vida.

Nosso objetivo é promover educação e o trabalho social a quem vem buscar uma vida melhor como, por exemplo, um supermercado, qualquer emprego, por meio da associação dos haitianos”, explica Nodiel Dorval, presidente da associação.

Dorval está no Brasil há cinco anos, ele trabalha como jardineiro e cozinheiro. Conhece bem o sofrimento do seu povo, que decidiu abandonar o país. “Meu sonho é buscar trabalho para os haitianos, trabalhar muito e conduzi-los também a Deus e uma vida social normal”, completou.

A Lúcia Dorval Denose, professora e secretária, é esposa do presidente e quando chegou ao Brasil, não sabia nada de português. Para ela, um desafio aprender uma nova língua. “Foi difícil mesmo, porque eu não podia escutar nada, não podia falar. Eu não ficava desesperada, mas tinha dificuldades para falar com as pessoas. Eu queria falar, mas só sorria, porque não podia falar. Depois que fiz o curso de português na igreja, aprendi”, comentou.

Por mais que muitos haitianos estejam empregados no Brasil, outros tantos estão em busca de emprego. A Lúcia ainda não encontrou. Trabalhou por dois anos quando chegou como secretária, e agora ela espera que as coisas melhorem o mais rápido possível. “Meu sonho é ter uma vida melhor, porque lá no Haiti, eu estava trabalhando, ganhando dinheiro, ajudando minha família, ajudando outra pessoa também e eu quero continuar isso aqui”, disse.

Só no Estado de Goiás vivem quase três mil haitianos. Outra preocupação para eles, além do idioma, é a questão da saúde, já que a realidade no continente africano é bem diferente. “Quando os imigrantes chegaram a Aparecida de Goiânia, diagnosticamos que muitas mulheres não procuravam um tratamento ou uma prevenção no dia a dia. Então, criamos um grupo para reunir esforços da saúde, em parceria com universidades para que trouxesse mais dignidade para essa população”, explica João Batista Ribeiro, diretor de cultura e conselheiro de Igualdade Racial da Associação.

Para estarem bem no Brasil, é necessário estarem bem perante a justiça. E sobre isso, o trabalho da Associação também está sendo feito para regularização. “Tentamos uma parceria com a embaixada do Haiti no Brasil aqui para Aparecida de Goiânia. A Associação do Migrante tornou-se uma espécie de intercâmbio junto à embaixada, para que esses documentos, declarações e o próprio visto para legaliza-los. A dificuldade que eles tinham de chegar até Brasília, para buscar um visto, uma declaração, ficou bem mais fácil agora. Via sistema, email, nós conseguimos ajudar”, explicou João.

A associação tem um grupo para incentivar a procura por tratamentos médicos e é um desafio diário já que as barreiras são muitas. “Como a cultura deles é muito diferente da nossa elas normalmente tinham o diagnóstico da gravidez e só voltavam ao médico no momento do parto. Diferente do que fazemos no Brasil com um acompanhamento mensal. Então, hoje temos haitianas que fazem o pré-natal, o que é bom para elas e para os filhos”, explicou a enfermeira Renata Elias da Silva. Ainda segundo a enfermeira, a dificuldade com o português é um desafio diário. “Muitas não conseguem falar. Então, temos que usar algumas artimanhas na hora da consulta ou pedir para vir um acompanhante que fala melhor”, disse.

O Caleb Dorval está no Brasil desde 2017. Aqui ele foi acolhido e com pouco tempo já ensinou brasileiros a conhecerem uma nova arte. “Quando eu cheguei aqui vi muitas crianças que querem aprender música. Às vezes o pai e a mãe não têm tempo de levar. Então, o tempo que eu tenho ajudo as crianças a aprenderem a tocar música. Meu sonho é criar uma escola de música grande para receber qualquer pessoa que queira aprender. Para mim é muito bom ensinar as pessoas”, contou.

Pastoral dos Migrantes

A Arquidiocese de Goiânia mantém a Pastoral do Migrante, em Aparecida de Goiânia, e com uma sala de atendimento na Rodoviária de Goiânia. A Pastoral atua nas igrejas da cidade para fazer um trabalho com quem vem de fora e precisa de ajuda. Ir. Glória Dal Pozzo, coordenadora da Pastoral do Migrante, explica que as demandas e as necessidades da migração são discutidas por grupos na pastoral: “Está sendo ótimo e muitas organizações, eventos, campanhas são feitas para o acolhimento dos haitianos”, explicou.

Serviço Pastoral dos Migrantes

  • Coordenadora: Glória Dal Pozzo
  • Endereço:Rua Sto. André, Qd. 45-A, Lt. 15 e 16 – Vila Brasília – 74911-480 – Aparecida de Goiânia – GO
  • Tel:(62) 99635-1212
  • E-mail:[email protected]
  • Acolhida:Rodoviária de Goiânia, Plataforma Leste, entre os boxes 22 e 23  – Atrás da Lanchonete Vitória

 

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