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Tradição com modernidade: Goiânia completa 86 anos

Conheça sobre a história, pontos turísticos e igrejas da capital de Goiás

A capital do Estado de Goiás, Goiânia, sede da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), completa hoje, dia 24 de outubro, 86 anos.  A cidade foi fundada em 1933 para se tornar um marco no Centro-Oeste brasileiro. Foi uma festa quando Pedro Ludovico Teixeira, então governador de Goiás, lançou a pedra fundamental em 1933. O arquiteto Attílio Corrêa Lima foi quem criou o plano urbanístico, reformulado pelo urbanista Armando de Godoy que assinou o plano diretor.

Praça Cívica, data desconhecida.
Fonte: IBGE.

O nome foi definido em 02 de agosto 1935: se chamaria Goiânia. A origem mais provável do nome Goyanna é que venha da palavra em Tupi-Guarani “Guyanna”, que significa “terra de muitas águas”. Há estudiosos que dizem que a tradução do tupi pode significar também “gente estimada”.  De início três avenidas foram abertas: Goiás, Araguaia e Tocantins, no centro da cidade, na região que fica a sede do governo estadual. Após esse momento, foi a vez da Avenida Paranaíba. Tudo bem organizado para que se tornasse capital política e administrativa de Goiás.

Em novembro do mesmo ano o município foi instalado, e em dezembro, foi determinada a transferência da Secretaria Geral, da Secretaria de Governo e da Casa Militar para Goiânia dando início a nova capital do estado, reconhecida internacionalmente pelo seu acervo arquitetônico Art Déco.

Para Beatriz Otto de Santana, coordenadora Técnica da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (IPHAN-GO), o que Goiânia tinha em destaque em relação as outras capitais é o fato de ter sido uma cidade pensada para ser moderna, alinha ao contexto político e histórico da década de 30, de tudo que se imaginava de um estado unido, coeso na figura do Estado Novo e Goiânia traz tudo isso bem claro no seu desenho urbano e nos seus prédios públicos. “Posteriormente, essa linguagem arquitetônica foi também assimilada pelos primeiros moradores, investidores e comerciantes da capital e o art déco também foi muito utilizado em prédios particulares, mas que tinha uso do público, como hotéis, comércios e restaurantes”, destacou.

Atualmente, a capital goiana é referência de prédios com arquitetura art déco e tem seu patrimônio tombado por sua importância artística e histórica. “Como Goiânia veio dessa busca da ocupação do centro-oeste, da busca da modernidade, alinhada ao interesse político nacional da época, Goiânia recebeu um tombamento federal para esse acervo. Então, são 21 monumentos públicos oficiais, mais o traçado urbano do centro, projeto pelo Atílio Correia Lima, e fazendo uma ligação a Campinas até o envoltório da praça Joaquim Lúcio para referenciar Campinas como a cidade mãe de Goiânia”, afirmou Beatriz.

Monumento às Três Raças

A Praça Cívica é considerada o principal elemento do traçado urbano de Goiânia. Por aqui ficam vários pontos que fazem parte da história da capital. O Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual que fica logo aqui atrás é um deles. O monumento das Três Raças, o coreto, as fontes luminosas, os obeliscos com luminárias e o Museu Zoroastro Artiaga também fazem parte da lista.

“Desde então a gente tem com bons olhos como espaços públicos, a Praça Cívica, por exemplo, tem voltado a ser ocupada pelos moradores. É claro que é importante ter uma agenda de atividades e há um esforço do poder estadual e municipal para que isso aconteça, de modo que a praça possa receber as pessoas com mais conforto, qualidade e interesse”, pontuou Beatriz Otto.

Além da tradição, a modernidade também faz parte da arquitetura de Goiânia.  Um deles é o monumento Três Marcos que faz referência, de forma moderna, ao início da urbanização da cidade. Suas três pontas estão direcionadas para as áreas leste, oeste e sul que foram as que mais cresceram e continuam em crescimento. “As ruas de Goiânia foram feitas visando, por exemplo, Versalhes, mas junto com o art déco e o modernismo nós tivemos construções de igrejas, de casas coloniais, então é difícil separar em Goiânia esse tradicional do moderno, as duas coisas foram sendo construídas juntas”, pontua o professor Guto Josman.

Contribuição da Igreja para a fundação de Goiânia

Com grande representatividade na capital, a Igreja Católica contribuiu de forma direta para que Goiânia se desenvolvesse. “A Igreja sempre esteve presente desde o surgimento do Arraial de Sant’Anna, pois junto com o Bartolemeu Bueno veio frades, franciscanos com ele. Então, desde início a Igreja Católica estava presente nesse processo onde evangelização e colonização se confundiam. E quando Dom Emanuel, bispo de Goiás, queria que a festa do Divino Pai Eterno fosse voltada mais para a religião, ele decide buscar na Alemanha missionários redentoristas nessa região. Mas a presença da Igreja também aconteceu com as irmandades que possibilitaram o desenvolvimento da região”, explicou Guto Josman.

Hoje, mesmo com a expansão da cidade, a Igreja São José, mais antiga da capital, ainda funciona e resiste ao tempo, tanto que é um bem cultural tombado, sob proteção especial do Estado. O Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mais conhecido como Matriz de Campinas, é um dos mais visitados pelos cristãos e também representa muito para Goiânia. Fundada ainda no século XIX, no setor de Campinas, onde antes era a cidade Campininha das Flores, a Matriz é administrada pelos missionários redentoristas e se mantém ao logo das décadas como um marco na evangelização de Goiânia. Outra que chama a atenção é a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora que foi construída em estilo art déco, com influência de alguns estilos europeus da arte sacra moderna.

Além das Igrejas, existem outros pontos de encontro das famílias goianas. O ar cada vez mais urbano da capital divide espaço com parques e bosques bem preservados. São cerca de 1,5 milhão de metros quadrados de áreas verdes, segundo a Amma, Agência Municipal de Meio Ambiente. Tanto que foi eleita uma das capitais brasileiras com a maior área verde por habitante do país. São nesses espaços que pessoas de todas as idades encontram opções de lazer como pistas de caminhada, estações de ginástica, centros de convivência e parques infantis.

Apesar de ser uma cidade grande, Goiânia possui um “ar interiorano”. Cresceu e se desenvolveu tanto que o que era para receber cinquenta mil pessoas, chegou a mais de um milhão e trezentos mil habitantes. Localizada no coração do Brasil é um dos destinos turísticos mais importantes do país

E é por causa de toda essa história que Goiânia representa muito para quem mora aqui. “Há 30 anos eu cheguei aqui e tive uma recepção muito boa. Eu vim para cá em 26 de abril de 1988, arrumei bons amigos e até hoje. Goiânia é uma cidade muito hospitaleira, aqui é uma cidade grande com jeito do interior, calmo e tranquilo”, contou Seu Tenório Abrilino Teixeira, de 64 anos.

Hoje essa jovem senhora completa oitenta e seis anos e o desejo é que chegue aos cem oferecendo qualidade de vida para quem mora aqui. Parabéns Goiânia! Parabéns goianiense!

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