Especial

Qual deve ser a relação do cristão com a vacina contra a Covid-19?

Pe. Aníbal Gil Lopes, médico e membro da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano, fala da visão católica sobre o tema. Confira!

A vacinação contra a Covid-19 foi tema abordado recentemente no Programa Pai Eterno, na TV Pai Eterno. Em entrevista especial, Pe. Weliton Silva conversou com o Pe. Aníbal Gil Lopes, médico e membro da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano e da Academia Fé e Razão, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Pe. Weliton Silva: Por que ainda vemos uma resistência na sociedade com relação à vacina?

Pe. Anibal: Tenho a impressão de que tudo aquilo que é novo, nos traz uma sensação de insegurança. Há 100 anos mais ou menos tivemos a revolta da vacina no Rio de Janeiro, om Oswaldo Cruz. Todas as pessoas o ridicularizavam com suas medidas, que envolviam até a compra de ratos para se tentar exterminar um dos vetores de doença. Acho que é uma grande questão de conhecimento e compreensão. Às vezes não voltamos o nosso olhar para o que realmente importa, para o conhecimento e passamos a ter opiniões sem nenhuma base, opiniões baseadas em ideologias, em outros interesses, que não são verdadeiramente o interesse pela saúde, pelos instrumentos e tecnologias disponíveis que temos para garantir uma saúde melhor para a população. Além disso, existe o movimento contrário, que são as pessoas que vislumbram tratamentos que não tem nenhuma eficácia e que as pessoas acham ser corretos. Um exemplo antigo: houve um momento em que as pessoas acreditavam que se fazer chá de casca de ipê curava câncer. Isso há 30, 40 anos. Na época que surgiu a AIDS, pessoas acreditavam que se fizessem chá com raízes determinadas, teriam a cura. As pessoas ficam muito mobilizadas pelas falsas expectativas. Acho que isso faz parte do pensamento humano, que muitas vezes é baseado nas fantasias, nos mitos, do que nas realidades e que frequentemente são pensamentos de fuga de realidade. Este raciocínio, podemos usar para outras inúmeras situações, não só para a saúde. Estamos falando antes de tudo de um comportamento humano, que é a dificuldade de interagir com evidências, de se despojar de preconceitos e ideologias para ir ao encontro daquilo que se tem que analisar com objetividade e clareza.

Por que um cristão deve se vacinar?

Por mais de uma razão, mas a primeira é porque a sua vida tem um valor intrínseco, que não se pode abrir mão. A vida é um dom de Deus, não somos senhores de nossas vidas, somos usuários, porque Deus nos oferece isso como um grande bem. Portanto, eu tenho que cuidar da minha vida, mas eu tenho o dever de cuidar também do outro. Portanto, a vida do outro é tão importante quanto a minha. Tenho que saber me amar para ser capaz de amar o outro. É um mandamento de Jesus: Amai ao próximo como a ti mesmo. Nesta hora, eu imediatamente descubro o valor da vida de todos, independentemente de suas condições. A nossa dignidade, o nosso valor vem daquilo que somos, o que nos faz todos irmãos, criados pelo mesmo Pai. O cristão se reconhece como filho de Deus e todos aqueles que chamam Deus de Pai, necessariamente tem que chamar o próximo de irmão. E ter para com ele todas as responsabilidade sob tudo aquilo que Deus nos confiou.

Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:


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