Santuário

Quaresma: Tempo de conversão, caridade e renovação da fé

O período lembra o sofrimento vivido por Jesus Cristo no deserto e, consequentemente, traz a reflexão sobre a missão cristã

Nesta Quarta-feira de Cinzas, dia 2 de março, a Igreja Católica da início à Quaresma, o Tempo Litúrgico em que os cristãos são convidados, a vivenciar 40 dias de conversão, oração e renovação da fé. O período lembra o sofrimento vivido por Jesus Cristo no deserto e, consequentemente, traz a reflexão sobre a missão cristã.

Jejum, oração e caridade

O jejum é uma prática adotada pelo Cristianismo para a Quaresma, como forma de mortificação e educação corporal. No jejum, a pessoa faz uma alimentação durante o dia e, se necessário, um lanche menor, mas não uma refeição completa. A abstinência, como o próprio nome sugere, significa abster-se totalmente das refeições. É um jejum mais rigoroso, porém não é para ser feito de forma frequente.

Neste período, além do jejum, a Igreja orienta que os católicos intensifiquem suas orações e pratiquem a caridade, tanto material quanto a prática do amor ao próximo, com atos de evangelização para o outro. Neste ano, em especial, o convite do Papa Francisco é para que todos se unam em oração pela guerra na Ucrânia.

Cor Litúrgica

A cor roxa significa recolhimento e introspecção. O roxo também é uma cor que expressa quietude, tempo de espera e reflexão. Esta cor é a mesma utilizada em celebrações fúnebres e de finados, além disso, é a cor do Tempo do Advento, tempo de espera pelo nascimento de Jesus e na Quaresma, a sua gloriosa ressurreição.

Quaresma: tempo de semear

Neste ano, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, traz a reflexão sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos” (Gal 6,9-10a). É um convite para perseverarmos. Na sua mensagem, Francisco reflete sobre algumas palavras de São Paulo.

No trecho do Apóstolo sobre a sementeira e a colheita, o Papa diz: “temos uma imagem que Jesus muito prezava. São Paulo fala-nos dum kairós: um tempo propício para semear o bem, tendo em vista uma colheita. Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a Quaresma, mas é, também, a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma constitui, de certa forma, uma imagem.

Francisco recorda também que, “o primeiro agricultor é o próprio Deus, que generosamente continua a espalhar sementes de bem na humanidade”. Ponderando por fim: “esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade”.

Em Deus, nada se perde. E a colheita? Continua o Santo Padre: “mas, de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma das nossas ‘generosas fadigas’ se perde”. E Francisco explica que, na realidade, só nos é concedido ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois, “segundo o dito evangélico, um é o que semeia e outro o que ceifa”.

“É precisamente semeando para o bem do próximo, que participamos na magnanimidade de Deus”. “Semear o bem para os outros” – continua o Santo Padre – “liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade, a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus”.

Não nos cansemos de fazer o bem

O segundo ponto da expressão do Apóstolo, analisada pelo Papa, refere-se a “não nos cansarmos de fazer o bem”. Perante a amarga desilusão por tantos sonhos desfeitos, adverte: “a tentação é fechar-se num egoísmo individualista” e “refugiar-se na indiferença”. Porém, Deus anima, “dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que confiam no Senhor, renovam as suas forças”.

“Ninguém se salva sem Deus”

Por isso, “não nos cansemos de rezar. Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. Neste ponto, Francisco recorda o nosso sofrimento com a pandemia: “no meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas, sobretudo, ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte”.

E convida: “não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos cansemos de pedir perdão, no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar”. O Papa recorda também, que não devemos nos cansar de fazer o bem “através duma operosa caridade para com o próximo. Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria”. “A Quaresma” – disse Francisco – “é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão”.

A seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido

Quanto ao terceiro ponto das palavras do Apóstolo, o Papa falou que, “a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido”, aqui Francisco nos pede perseverança, fé. Afirmando que “cada ano, a Quaresma vem recordar-nos que o bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade, não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia”.

Dom da perseverança leva à salvação

“Neste tempo de conversão” – explica o Papa – “buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que ‘a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido’, e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos para salvação nossa e do próximo”.

Afipe com informações de Vatican News


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