Pe. Pelágio Sauter chegou ao Brasil em 1909 com a missão de evangelizar. Com o passar dos anos fez história desbravando os sertões de Goiás em um tempo difícil e remoto. Converteu tantas vidas, tocou tantos corações, ajudou milhares de pessoas e, por isso, foi reconhecido na última sexta-feira, 7, pelo Papa Francisco, como Venerável, um título da Igreja que abre os caminhos para sua santidade. No próximo dia 23, é celebrado aniversário de 53 anos de sua morte. Em homenagem, o Programa Pai Eterno exibiu uma entrevista especial com o Pe. Clóvis de Jesus Bovo, que falou sobre a história deste sacerdote, missionário do Pai Eterno, também conhecido como o “apóstolo de Goiás”. (Assista ao vídeo abaixo)

Douglas Branquinho: Por que Pe. Pelágio é tão lembrado pela sua missão evangelizadora?

Pe. Clóvis de Jesus Bovo: Em parte pela sua humildade e simplicidade. Ele não era de se projetar, gostava do seu cantinho, tinha um carinho pelo povo. Pela sua piedade e seu dom de taumaturgo. Ele pegou essa fama nos últimos anos, principalmente, mas sempre foi um padre benzedor, na linguagem popular, era um padre que gostava de dar as suas bênçãos. Quando veio para Goiânia, nos últimos cinco anos, era uma procissão intensa, cedo e à tarde, para pedir as bênçãos do Pe. Pelágio. Para mim os motivos são estes. Ele nunca se projetou socialmente, digamos, procurando o carreirismo, ele nunca procurou essas coisas, é o próprio dom dele, o carinho pelo povo e essa disponibilidade para com o povo que o tornou conhecido no Brasil inteiro, em Goiás, principalmente.

Douglas Branquinho: Por que começou esse movimento para a canonização de Pe. Pelágio e quais são os argumentos?

Pe. Clóvis de Jesus Bovo: Logo que ele faleceu, quiseram levantar essa Causa, esse processo, mas houve alguns problemas como mudança de Província e tudo parou. Agora no ano 97 que foi aberto o processo oficialmente e está andando. Chama-se Causa, que envolve vários processos, que são Servo de Deus, Venerável, Beato e Santo. Os motivos foram esses: as virtudes dele, a simplicidade, esse entusiasmo pelo apostolado, simples.

Douglas Branquinho: Ele também tinha a característica de buscar os enfermos, auxiliá-los, não é mesmo!?

Pe. Clóvis de Jesus Bovo: Sim, ele visitava doentes em Goiânia, principalmente, e ele tinha vários dons, o dom do discernimento. Uma vez, por exemplo, ele tinha visto um doente em um certo lugar de Goiânia e no caminho ele pediu que o carro parasse e o disseram: “Aqui não tem nada padre. Aqui ninguém o chamou!”. Ele disse: “Mas eu quero entrar aqui”, entrou e lá estava uma pessoa doente e ele teve a revelação de que a pessoa estava precisando dele, de suas bênçãos. É o tal do discernimento dos espíritos. Tinha uma memória fabulosa, guardava o nome da pessoa, onde nasceu, onde foi batizado, com quem casou. Ele era um calendário vivo, ambulante. Guardava tudo o que via em suas caminhadas apostólicas.

Douglas Branquinho: Pe. Pelágio esteve por muitos anos em Trindade (GO). Qual foi a contribuição missionária dele na divulgação da devoção popular ao Divino Pai Eterno?

Pe. Clóvis de Jesus Bovo: Foi o fato dele morar lá durante 30 anos e trabalhar neste sentido, despertando no povo, que já vinha com essa devoção, os critérios para uma devoção. A piedade, as boas obras. Ele destacava muito três coisas, enquanto eu sei, pois eu não o conheci pessoalmente, eu morava em São Paulo, e a fama dele chegou até lá. Quem ia em Trindade visitava o Pai Eterno e depois o Pe. Pelágio, eram duas “pessoas”, que não dispensavam. Então, ele gostava de destacar os pobres, as viúvas e os romeiros do Pai Eterno, os mais doentinhos. Era a devoção dele com a pobreza.

Douglas Branquinho: Qual é a mensagem de fé, de evangelização e amor que a vida do Pe. Pelágio deixa para nós?

Pe. Clóvis de Jesus Bovo: Principalmente o amor a Deus, ao Divino Pai Eterno, a Nossa Senhora. A devoção e cuidado aos pobres e doentes.

O Programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 7h45, com reapresentação às 10h45. Você pode acompanhar todas as edições pelo Canal Pai Eterno, no YouTube, e também assistir pelo portal paieterno.com.br, na página do Programa Pai Eterno.