Pouso é em grandes quintais, onde eles se organizam em barracas improvisadas.
Durante a Romaria, carreiros chegam a Trindade a todo o momento. Eles passam pelo Santuário Basílica, agradecem ao Pai Eterno pela jornada e vão para o local onde permanecem até o dia de voltar para casa. Os pousos ocorrem em imensos quintais, tudo é bem simples e na base do improviso.
“A gente chega, coloca os carros aqui no quintal e vamos a um pasto mais distante deixar os bois. Depois, voltamos para organizar barraca, e vamos aos pés do Pai Eterno, pedir as bênçãos e agradecer por Ele ter nos concedido uma boa viagem. Depois voltamos para o pouso e jantamos”, explicou Adriano Mendonça Pimenta, carreiro de Damolândia (GO).
A tradição de carrear na época da Romaria está na família há várias gerações. É a alegria desse povo simples, mas de muita fé. “Para nós é a melhor coisa que fazemos. Todos os anos vir na Casa do Divino Pai Eterno e trazer a família. Neste ano completo 46 anos de Romaria. Eu venho desde menino e quero passar isso para os meus filhos”, contou Reis Gonçalves Pimenta.
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A barraca é montada com lona e pano. A armação é de canos e bambus. Os colchões são espalhados pelo chão. Se a luz acaba, eles têm um pequeno gerador a gasolina. Não tem muito conforto, mas isso é o melhor da experiência de ficar em um pouso.
Mesmo com tanta rusticidade, as mulheres dão um jeito com os cuidados pessoas. “No caminho nem arrumamos, só dá para arrumar mais ou menos o cabelo. Agora, depois de arrumar tudo aqui no pouso, lavamos e damos um jeitinho”, afirmou Eládia Mendonça Loures.
O segredo do pouso é união entre os carreiros. Eles dividem tudo, e tem muita animação também. A Maria José Pimenta Mendonça arruma a comida para a família. Tem biscoito, verduras, doces, carne seca, carne de panela. Com força e união eles conseguem ficar até o fim da Romaria. “Somos uma família, a união é muito grande, e é o mais importante de tudo”, afirmou a carreira.
