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“Inclusão combate a cultura do descarte”, diz Papa

Ao unir, criar e fortalecer os laços de pertencimento à sociedade

Reprodução: Vatican News

Da Redação, com Vatican News

Ao receber em audiência na manhã desta quinta-feira (11), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Assembleia plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais com o tema: “Mudar os determinantes sociais e construir uma nova cultura de inclusão”, Papa Francisco disse que todo ser humano tem o direito a uma vida digna e a se desenvolver plenamente.

“Mesmo que tenha um desempenho inferior, mesmo que tenha nascido ou sido criado com limitações, pois isso não diminui sua imensa dignidade como pessoa humana, que não se baseia nas circunstâncias, mas no valor de seu ser. Quando este princípio elementar não é salvaguardado, não há futuro nem para a fraternidade, nem para a sobrevivência da humanidade”, disse o Santo Padre.

No início de seu discurso, o Pontífice destacou a dignidade das pessoas com deficiência, com suas implicações antropológicas, filosóficas e teológicas, naturalmente está no centro dessa questão. Sem se apoiar firmemente nessa base, pode acontecer que, embora se afirme o princípio da dignidade humana, ao mesmo tempo se aja contra ele. A doutrina social da Igreja é muito clara a esse respeito: as pessoas com deficiência “são sujeitos plenamente humanos, possuidores de direitos e deveres”.

A vulnerabilidade cria a verdadeira humanidade
A vulnerabilidade e a fragilidade pertencem à condição humana e não são peculiares apenas às pessoas com deficiência. Algumas delas, frisou Francisco, nos lembraram disso na recente Assembleia Sinodal: “Nossa presença – escreveram – pode ajudar a transformar as realidades em que vivemos, tornando-as mais humanas e mais acolhedoras. Sem vulnerabilidade, sem limites, sem obstáculos a serem superados, não haveria verdadeira humanidade”.

A cultura do descarte não tem limites, continuou o Papa. Há aqueles que presumem ser capazes de determinar, com base em critérios utilitários e funcionais, quando uma vida tem valor e vale a pena ser vivida. Esse tipo de mentalidade pode levar a sérias violações dos direitos das pessoas mais fracas, a grandes injustiças e desigualdades, quando se é guiado predominantemente pela lógica do lucro, da eficiência ou do sucesso.

O Pontífice aponta outro perigo, menos visível, mas muito insidioso para as pessoas com deficiência, que é “a tendência que leva a pessoa a considerar sua existência um fardo para si mesma e para seus entes queridos”. Essa mentalidade “transforma a cultura do descarte em uma cultura de morte”, advertiu o Papa.

Inclusão combate à cultura do descarte
Isso é muito importante, os dois extremos da vida: os nascituros com deficiências são abortados e os idosos em seus estágios finais recebem uma morte doce, a eutanásia. Uma eutanásia disfarçada, sempre, mas no final é eutanásia.

Combater a cultura do descarte significa promover a cultura da inclusão, unindo, criando e fortalecendo os laços de pertencimento à sociedade. Os protagonistas dessa ação solidária são aqueles que, sentindo-se corresponsáveis pelo bem de cada pessoa, trabalham por uma maior justiça social e pela remoção de barreiras de vários tipos que impedem que muitos desfrutem de direitos e liberdades fundamentais.

Portanto, é uma questão de construir uma cultura de inclusão integral. O vínculo de pertencimento se torna ainda mais forte quando as pessoas com deficiência não são receptoras passivas, mas participam da vida social como protagonistas da mudança. Subsidiariedade e participação são os dois pilares da inclusão efetiva. E, nessa ótica, é possível entender bem a importância das associações e dos movimentos de pessoas com deficiência que promovem a participação social.


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