Reprodução / freepik

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) estão avançando em um possível medicamento contra o câncer de pulmão. Em experimentos in vitro, a medicação mostrou-se capaz de atuar em diversos alvos da doença. Inibindo a proliferação das células tumorais e evitando a resistência à radioterapia e quimioterapia.

De acordo com o médico e professor João Agostinho Machado Neto, a doença é agressiva quando detectada em estágio avançado. “Ela não tem sintomas no seu estágio inicial, o que dificulta. E quanto maior o tumor, menos chances o paciente encontra. Por isso, nosso objetivo é detectar novos compostos que ataquem a célula tumoral”, conta o médico.

Atualmente, o composto NT157 está em fase de testes em laboratórios, não foi testado ainda em seres humanos. Mas in vitro e em modelos animais, já se mostrou promissor. Capaz de atuar em diversos alvos da doença e inibindo a sua proliferação. “Pelo fato do composto atuar em múltiplos alvos, é mais difícil que as células cancerosas desenvolvam resistência”, explica o professor.

Por se tratar de uma molécula ainda pouco experimentada, a ciência ainda não sabe com exatidão como ela funciona no organismo. “Está sendo verificado se será por inalação ou infusão, o que desejamos é por via oral. Mas tudo depende dos estudos”, destaca João.

O câncer de pulmão é um dos mais agressivos, e o mais facilmente evitado. O fator de risco é o tabagismo, que pode ser evitado em muitos casos. “O ato de fumar ou ser fumante passivo aumenta muitas, e muitas vezes a chance de desenvolvimento do câncer de pulmão”, finaliza o médico.