Especial

Comissão Pastoral da Terra aponta o aumento de conflitos no campo

Segundo dados da comissão, o primeiro semestre de 2023 foi o segundo mais violento dos últimos dez anos

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o primeiro semestre de 2023 foi o segundo mais violento dos últimos dez anos. Com quase mil casos de conflitos pela terra, pelo trabalho escravo e pela água. Os dados mostram o abandono das pautas sobre a reforma agrária no país.

De acordo com o coordenador nacional da CPT, Ronilson Costa, o esvaziamento das políticas voltadas para os povos do campo e o sucateamento dos órgãos fundiários. “Temos uma elevada demanda de comunidades que estão acessando via um direito constitucional que é a permanência nos territórios, ou, o acesso à terra que é para morar e produzir”, explica o coordenador.

As brigas por terras mostram também a existência do trabalho escravo. Uma realidade que desde a década de 1970, a CPT mostra para toda a sociedade brasileira. Para Ronilson, “neste ano, houve um número muito elevado de trabalhadores resgatados. O que indica, por um lado, que a fiscalização de fato esteja chegando até as denúncias. Por outro lado, reflete o grau de pobreza que o país vive nos últimos anos”.

Devido à situação econômica dos últimos anos, muitos trabalhadores voltaram à situação de pobreza extrema. O que torna mais vulnerável a situação de aliciamento em busca de trabalho em outras regiões do país. Muitas vezes, chegando ao ponto de serem enganados e abordados em situação de trabalho escravo.

Para reduzir os números alarmantes, a CPT propõe um envolvimento maior por parte dos órgãos públicos. “Seja dos ligados ao sistema de justiça, ou, executivo com seus ministérios. Mas buscamos estabelecer um plano concreto. Que consiga atender as demandas dos povos, como as comunidades indígenas e os territórios quilombolas. Por isso, buscamos identificar a origem dos trabalhadores para discutir políticas públicas”, finaliza o coordenador da pastoral.

Não podemos viver sem esperança, ela dá sabor à vida, diz Papa

Na terça-feira (17), em entrevista à agência de notícias Télam, da Argentina, o Papa Francisco abordou vários tópicos, entre eles a dignidade do trabalho. Ao ser questionado sobre o tema, o Pontífice falou da dignidade do trabalho e do grave pecado da exploração: “É o trabalho que nos torna dignos. E a maior traição a esse caminho de dignidade é a exploração. Não da terra para que ela produza mais, mas a exploração do trabalhador. Explorar as pessoas é um dos pecados mais graves. E explorá-las para seu próprio lucro”.

O Santo Padre também enfatizou a necessidade dos direitos dos trabalhadores, para que eles não se tornem escravos. “Quando um trabalhador não tem direitos ou é contratado por pouco tempo para substituí-los e não pagar as contribuições, ele se torna escravo e o outro se torna algoz”.


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