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Comedimento ajuda a colocar ordem no coração, diz Papa

Afirma os princípios absolutos e reivindica os valores inegociáveis

Reprodução: Vatican News

Da Redação, com Vatican News

Na Audiência Geral desta quarta-feira (17), no Vaticano, Papa Francisco dedicou sua catequese à virtude do comedimento. Segundo o Santo Padre, “uma pessoa comedida consegue manter os extremos juntos: afirma os princípios absolutos, reivindica os valores inegociáveis, mas também sabe compreender as pessoas e demonstra empatia por elas”.

O Pontífice recordou que para os antigos estudiosos a prática dos valores tem como objetivo a felicidade. Momento em que citou o filósofo Aristóteles, que ao escrever o seu mais importante tratado de ética, abordou o tema das virtudes, entre as quais ocupa um lugar importante o comedimento. “Esta virtude é, portanto, a capacidade de autocontrole, a arte de não se deixar dominar pelas paixões rebeldes, de pôr ordem na confusão do coração humano”.

Comporte-se com sabedoria
O Santo Padre recordou também da definição presente no catecismo da Igreja Católica: “o comedimento é a virtude moral que modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados”. E enfatizou que o comedimento é a virtude da justa medida: “Em todas as situações, ela se comporta com sabedoria, porque as pessoas que sempre agem por ímpeto ou exuberância, em última análise, não são confiáveis. Em um mundo onde tantas pessoas se orgulham de dizer o que pensam, a pessoa temperante prefere pensar no que diz. Ela não faz promessas vãs, mas assume compromissos na medida em que pode satisfazê-los.”

Quando os prazeres da vida são confrontados, segundo o Papa Francisco, comedimento ensina a agir com discernimento. “O livre fluxo dos impulsos e a total licença concedida aos prazeres acabam se voltando contra nós mesmos, mergulhando-nos num estado de tédio”, alertou o Papa. “A pessoa comedida sabe pesar e medir bem as palavras. Ela não permite que um momento de raiva arruíne relacionamentos e amizades que depois só podem ser reconstruídas com dificuldade. (…) Há um tempo para falar e um tempo para calar, mas ambos exigem a medida certa”.

Francisco sublinhou que manter o controle interior nem sempre significa ter o rosto tranquilo e sorridente, às vezes é preciso ficar indignado, mas da maneira certa, pois uma palavra de censura às vezes é mais saudável do que um silêncio ácido e ressentido: “O temperante sabe que nada é mais inconveniente do que corrigir o outro, mas também sabe que é necessário: caso contrário, daria rédea solta ao mal. Em certos casos, a pessoa temperante consegue manter os extremos juntos: afirma os princípios absolutos, reivindica os valores inegociáveis, mas também sabe compreender as pessoas e demonstra empatia por elas”.

Viver como ensina o Evangelho
Em um mundo onde tudo leva ao excesso, observou o Papa, a pessoa que põe em prática o comedimento que representa o equilíbrio e vive valores próximos ao estilo do Evangelho, como a pequenez, a discrição e a mansidão. E, por fim, o Santo Padre ofereceu alguns exemplos da pessoa comedida: “É sensível, sabe chorar e não tem vergonha disso, mas não sente pena de si mesmo. Derrotado, ele se levanta novamente; vitorioso, ele consegue retornar à sua vida oculta habitual. Não busca aplausos, mas sabe que precisa dos outros. Não é verdade que a temperança deixa-nos grisalhos e tristes. Antes, faz-nos desfrutar melhor dos bens da vida”.


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