O missionário redentorista explica que a a fé está
A Celebração da fé tem sido um desafio para os Romeiros e devotos do Divino Pai Eterno, que, mais um ano, precisaram se adaptar para acompanhar a Romaria, de forma virtual. Essa é uma de tantas mudanças que a pandemia trouxe para as pessoas, que descobriram novos caminhos, a partir dessa crise sanitária mundial. Diante disso, a fé precisou estar ainda mais forte, pois, a presença de Deus se fez mais essencial na família, e na vida das pessoas. Porém, rezar virtualmente e fortalecer a fé diante da dor, é sempre um desafio.
Para falar sobre isso, o apresentador do Programa Ponto 3, Marcus Túllius, conversou com o reitor do Santuário Basílica, Pe. João Paulo Santos. O Missionário Redentorista é formado em filosofia e teologia, com especialização em cinema e educação. Além disso, é mestre em Sagradas Escrituras e doutorando na mesma área, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Pe. João Paulo falou um pouco da fé, da responsabilidade dos cristãos, das adaptações diante à pandemia, da Romaria 2021 e do trabalho dos Missionários Redentoristas.
Veja um trecho da entrevista:
Como vivenciar a fé em tempos de crise?
Essa é uma pergunta fundamental, nestes tempos de pandemia e de crises das mais diferentes naturezas. Por que o sofrimento? Muitas vezes pensamos que, ter fé significa estar protegido de qualquer tipo de dificuldade, de limitação. Mas, se nós olharmos para a história do povo de Deus, a própria dimensão da fé, nasceu em momentos de crises. Recordemos aqui das experiências dos israelitas no Egito e, posteriormente, no deserto. Em tempos de crises é que eles perceberam que não estavam sozinhos, que tinha um Deus que os acompanhava, e foi exatamente por causa da presença de Deus na história, que eles puderam fazer toda a caminhada. É fato que o deserto é um lugar rígido, difícil, exigente e cheio de provações, porém, pelo fato de manter a fé em Deus, eles conseguiram fazer a travessia. Parafraseando Paulo aos Romanos. “Nós nos gloriamos também nas tribulações” porque a tribulação gera a paciência. A paciência gera a constância, a constância gera a esperança e a esperança não decepciona, porque Deus, em seu espírito, derramou o seu amor em nossos corações. Então é muito importante termos esta consciência. Crer em Deus não nos coloca fora das situações de limitações e dificuldades. Ao contrário, nos ajuda a passar pelas dificuldades, sem perder a serenidade, sem desanimar e sem desistir.
Como podemos serenar nosso coração diante desses sentimentos que a gente acha que nos distanciam de Deus?
Geralmente, quando passamos por momentos difíceis, tais como esta pandemia, questionamo-nos, onde está Deus, ou, o porquê do silêncio de Deus. Sem falar de temáticas mais complexas, sobretudo àquelas que relacionam a pandemia como sendo um castigo do Pai Eterno. Acerca disso, é possível mencionar duas observações. A primeira diz-se da falta de fé na misericórdia de Deus. Como pode Deus, misericordioso, fazer o mal para que pessoas inocentes sofram? A segunda é quando nos isentamos de qualquer responsabilidade. É um problema da humanidade e nós devemos enfrentar para superar. Ainda é possível observar que, não basta dizer que temos fé, somente afirmando que Deus existe. Isso é pouco. A fé é adesão pessoal a Jesus Cristo e ao seu projeto, e isso deve nos levar, também, a viver como Jesus viveu, enfrentando as crises, mas, sem perder a serenidade.
Confira a íntegra da entrevista: