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Superação da violência doméstica

Há 29 anos, a Dra. Cristina Lopes, teve o corpo queimado pelo ex-companheiro e hoje ajuda outras vítimas de violência

Foto: Rodolfo Cândido

A vereadora Cristina Lopes Afonso nasceu em Cianorte (PR), mas renasceu em Goiânia (GO). Isso porque em 1986, quando ainda morava no Paraná, seu ex-marido cometeu um crime terrível contra ela: jogou álcool no corpo dela e ateou fogo, tudo motivado por ciúmes. “Eu fiquei internada mais de 40 dias, muita gente não acreditava que fosse sobreviver, e parte do meu tratamento foi em Goiânia. Durante esse período de sofrimento, o meu alento era ir à Trindade. Então, a minha ligação, o meu renascimento se deu aqui, nesse chão, pela ligação forte com o Divino Pai Eterno”, afirmou Dra. Cristina.

A fé no Divino Pai Eterno foi essencial para que ela e toda sua família pudessem superar este período de sofrimento. “Somos uma família absolutamente forte no sentido de amor, de compaixão, de proximidade, e nós tivemos uma educação religiosa muito bem estabelecida. A fé, de fato, transforma a vida das pessoas”, contou.

Segundo Dra. Cristina, os médicos diziam que ela não sobreviveria e que sua transferência para Goiânia poderia causar sua morte. Porém, mesmo diante das respostas negativas dos médicos, o pai dela perseverou, teve fé e conseguiu trazê-la para se tratar na capital de Goiás. “Os especialistas diziam que eu não chegaria aqui viva. Sou um exemplo de que a fé realmente pode transformar. E o que eu posso fazer hoje é contar a minha história e a minha experiência para que outras mulheres não vivam o que eu vivi”, explicou.

Relacionamento Abusivo

Após a sua recuperação, a Dra. Cristina Lopes fez fisioterapia e se especializou no atendimento de vítimas com queimaduras. Além disso, ela busca levar informação e conscientização para ajudar as mulheres a saírem de relacionamentos abusivos e se recuperarem desta violência. “É importante a gente divulgar, falar sobre a violência contra mulher, mostrar os caminhos para pedir ajuda. Você que está em casa e vive um relacionamento violento, peça, fale com as pessoas, porque alguém vai te ouvir e vai te ajudar”, aconselhou.

Dra. Cristina esclarece que a violência contra mulher nem sempre vem em forma de agressão física. Antes disso, há a violência psicológica. “Eu, por exemplo, não vivi violência física até ser queimada. O meu agressor não me batia, não puxava meu cabelo, não me empurrava. Ele praticava violência psicológica, dizia que ia se suicidar, que ia se matar, que eu o iludia. É importante que as meninas compreendam isso. Muitas vezes, a violência não vem com um tapa, ela vem com uma pressão psicológica, com o cerceamento da sua liberdade. No início, parece que é ciúme, parece que é excesso de amor, mas, na verdade, já está demonstrando ali o exagero que o homem tem no controle da relação”, destacou.

No seu relacionamento com o agressor, a vereadora explica que, na época, a violência contra mulher era algo do jornal, da televisão, coisa de fotonovela, até que presenciou isso no seu relacionamento. “Ele era um médico, com condição financeira muito boa, contratou o melhor advogado do estado do Paraná. Mas, conseguimos levar ele a júri popular. O crime foi em 1986, ele foi julgado e condenado em 1989, o que é muito rápido para o padrão de velocidade da justiça brasileira”, relembrou.

A vereadora afirmou que a punição adequada para casos de violência contra mulher é um grande passo para que esses crimes não se repitam. “Uma coisa que eu enfatizo: o crime que não é punido é permitido, e se repete. E nós precisamos dar um freio nisso, a justiça precisa amparar a mulher. Nós estamos nessa luta, que vejo grandes resultados, mas ainda vejo muita necessidade de trabalhar firme”, explicou.

Como forma de agradecimento pela recuperação da sua vida, Dra. Cristina sempre faz a caminhada de Goiânia a Trindade. “Nunca fiz promessa ao Divino Pai Eterno, mas faço a caminhada em agradecimento, algo que devemos fazer para termos essa vitalidade diante das circunstâncias da vida”, pontuou.

Se você passa por uma situação de violência doméstica ou conhece alguém que esteja vivendo, não hesite em denunciar, seja na delegacia ou pelo Disque 180 ou pelo 190, contato direto com a polícia.

 

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