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Você tem esperança?

Confira entrevista com Pe Divino Erasmo, vigário do Santuário Sagrada Família, em Goiânia (GO), sobre essa virtude teológica

Já parou para pensar sobre a esperança? Você tem esperança? Você acredita que ter esperança é importante? A esperança é uma virtude, e também um dom de Deus. Acreditar, esperar, crer no poder da fé é ter esperança. Confira entrevista com Pe Divino Erasmo, vigário do Santuário Sagrada Família, em Goiânia (GO), sobre a esperança. Ele faz atendimento com direção espiritual e atende fieis na confissão. Leia:

Na direção espiritual, as pessoas chegam, às vezes, com muita falta de esperança. Como tem sido o contato do senhor com as pessoas no confessionário, diante desta virtude?

Pe. Divino Erasmo: Esta é uma virtude muito importante na caminhada do povo de Deus. Quando nós pegamos a Sagrada Escritura, nós vamos encontrar diversos textos, ou podemos dizer que toda a Sagrada Escritura está pautada na esperança. O Antigo Testamento tem esse itinerário da esperança porque todos naquele tempo já tinham esta ideia ou este sentimento da vinda do Messias. Então, quer dizer que eles viviam neste aspecto da esperança. Mas, se pegarmos essas grandes figuras como Abraão, Moisés, eles viveram da esperança. Podemos pegar como exemplo a história de Abraão e Sara, a vinda do filho que eles tanto queriam, depois de tanta pressão social, pois naquela época tinha-se a visão de que quanto mais a pessoa tivesse filhos, mais abençoado seria. Falta de filhos, em outras palavras, a pessoa era um desgraçado, amaldiçoado. Então, esses homens e mulheres viviam muito a esperança na vida humana, mas sobretudo na vida divina. Esperança está muito ligada a consolo. Então, as pessoas chegam ao confessionário sem esperança diante de problemas, de relacionamento entre esposo, esposa, filhos nas drogas, doenças, falta de trabalho. Então, as pessoas chegam com essa falta e a Igreja entra com esse papel, de fazer a pessoa ter esperança e entender que esperança não é ilusão.

Como podemos definir a virtude da esperança?

Pe. Divino Erasmo: Ela não é apenas uma palavra. Esperança é uma pessoa. A pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que se resume, em tese, no Cristo. A esperança para quem vai à Santa Missa, por exemplo, é a Eucaristia. No princípio, o verbo se fez carne, e veio habitar no meio de nós. Os profetas faziam isso muito bem, Isaías viveu em um tempo de turbulência, de guerras, exílio, e ele não vendia a ilusão. Ele dizia que estava passando por isso, mas tinha esperança que o Salvador viria. Tanto que a Liturgia do dia 24 diz: “Jesus está entre nós”. Então, aconteceu o que todos esperavam.

Na atualidade o senhor tem visto, pela experiência sacerdotal, que as pessoas têm perdido a esperança com mais facilidade?

Pe. Divino Erasmo: Hoje é muito fácil detectar. Creio que no passado também havia essa sensação, mas hoje, como nós vivemos em uma sociedade do material, do ter, a questão da esperança fica um pouco desprovida, superficial.  Vamos supor que a pessoa faça uma promessa, e de imediato, até pela velocidade que as coisas acontecem hoje, a pessoa não recebe aquela graça, ela já perde a esperança em tudo. Temos que confiar que Deus sabe das nossas necessidades. A esperança está muito ligada à virtude da fé, que está muito ligada a Abraão, o homem da fé, a figura dele é ótima para sintetizar a fé e a esperança.

Como as pessoas devem rezar pedindo a Deus a virtude da esperança?

Pe. Divino Erasmo: Nos meus atendimentos eu sempre digo: “Fé e esperança é um dom, mas é preciso busca-las”. Elas acabam, no sentido real da palavra, já que a esperança é o próprio Cristo. Mas deve ser em mim, em cada um. Fé e esperança é cultivo. Então, temos na Igreja várias formas de nos alimentar disso, que é a Santa Missa, o Santo Terço, as novenas, o rosário, a devoção, a oração da Palavra.

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