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Setembro Amarelo: mês de valorização da vida

A dor emocional pertence ao universo humano. Não é fraqueza, nem vergonha, tampouco falta de Deus no coração

O mundo passa por pandemia, colapso na economia, guerras, e tudo isso reflete na saúde mental das pessoas. São casos de depressão, transtorno de ansiedade e até suicídio. Para reverter esse quadro, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), realiza desde 2014, em território nacional, a campanha Setembro Amarelo.

O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao suicídio, e este ano traz o mote “A vida é a melhor escolha!”. Neste contexto, é importante destacar as iniciativas de escuta e aconselhamentos desenvolvida no Santuário Basílica Sagrada Família, na Vila Canaã em Goiânia onde os trabalhos são realizados pelo Pe. Rodrigo de Castro Ferreira e colaboradores.

Pastoral da Escuta

O Santuário conta com uma clínica e pastoral da escuta. “Aqui, estamos sempre prontos para escutar e ajudar as pessoas. Temos o carisma para trabalhar a família, e estamos sempre de portas abertas, das 7h15 às 21h”, afirma padre Rodrigo. Ele destaca ainda, “o tema de suicídio é atendido dentro do ambiente de segurança como o confessionário”.

Algumas pessoas encontram no autoextermínio a única resposta para determinado problema. Mas, a Igreja é clara, “a misericórdia de Deus é maior que as nossas fraquezas, por isso, precisamos contar com essa misericórdia, não para tirarmos a nossa própria vida, mas encontrarmos respostas. E quem já passou por esta situação (de perder um ente querido para o suicídio), deve viver o luto e buscar ajuda”, esclarece padre Rodrigo.

Suicídio

O suicídio é uma triste realidade vivenciada no século XXI, que atinge o mundo todo. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Em pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), o suicídio entre idosos é 47% maior que no restante da população. A reta final da vida é marcada, em geral, pela perda de familiares, solidão, depressão e limitações físicas que são fatores de risco para o suicídio.

Segundo a psicóloga, Rejane Soares, falar de suicídio é uma necessidade real do mundo contemporâneo. “A principal causa que leva a pessoa a tirar a própria vida é a depressão, essa, para cada pessoa é uma raiz diferente”. Ela relata ainda que, “quando uma pessoa está vulnerável em sua saúde mental, o ambiente pode favorecer ou piorar os sintomas. Por isso, é importante distanciar-se de informações tendenciosas”.

Todos devem atuar ativamente na conscientização da importância da vida e ajudar na prevenção do suicídio. Para a psicóloga, o suicídio perpassa por três fases, “pensar no suicídio, planejar o autoextermínio, e o acontecimento do ato”. Nesse tempo, a pessoa verbaliza suas intenções, “quando ocorre uma agudização dos sintomas de depressão é necessária uma identificação por parte das pessoas próximas”.

O tema que muitas vezes é tabu pela sociedade, merece uma atenção especial. “O primeiro passo é identificar que depressão não é frescura, e precisa de atendimento especializado. Em casos que já teve o intento, é recomendado que a pessoa não fique só”, afirma a psicóloga.

Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos estão restritivos, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. A dor emocional pertence ao universo humano. Não é fraqueza, nem vergonha, tampouco falta de Deus no coração.

É preciso informar-se, estar atento ao comportamento das pessoas ao redor. Aprender a ajudar o próximo, por meio de uma escuta ativa e sem julgamentos. Por mais que o mundo esteja girando rápido, é de extrema importância estar disponível e demonstrar empatia pelo próximo e orientar a busca de ajuda profissional.

Pessoas com pensamentos negativos, eventualmente, podem estar sofrendo de depressão. Fique atento se você se sente triste com frequência; pode ser hora de buscar ajuda espiritual, médica e psicológica.

Dados  

O suicídio é um problema de saúde pública, com graves impactos na sociedade. O suicídio é a quarta causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, perdendo para acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio.

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