IMAGEM: Agência Santo Afonso

Seja embaixo de pontes, nas praças ou calçadas das cidades brasileiras, mais de 38 mil pessoas vivem atualmente nas ruas desde o início da pandemia da Covid-19. Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base nos dados do Cadastro único (CadÚnico), do Ministério da Cidadania.

Em todo o país, aproximadamente 175 mil pessoas estavam em situação de rua em 2019, essa quantidade subiu para quase 214 mil neste ano de 2022. Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, em março de 2020, todas as questões de desigualdades sociais foram expostas, evidenciando o desrespeito e a crueldade.

Esses dados podem estar subnotificados por conta da dificuldade enfrentada pelos municípios para a realização de novos cadastros e a atualização dos que já existem. Além das populações ribeirinhas, quilombolas e povos indígenas. O próprio CadÚnico reconhece que algumas populações precisam de mais atenção, sendo necessário a descentralização de pontos de atendimento em todo território nacional.

Moradores em estado de rua por região
De acordo com a pesquisa, a região Sudeste concentra 62% dessa população. Em especial, o estado de São Paulo, que abriga 40% do total do país, onde estão quase 86 mil pessoas em situação de rua. No Nordeste, estão 15% das pessoas em situação de rua; no Sul, 14%; no Centro-Oeste, 7%; e no Norte, 2%. Depois de São Paulo, as capitais com maior número de pessoas em situação de rua são Rio de Janeiro (12.162), Belo Horizonte (11.165), Brasília (7.308) e Salvador (6.952).

Faixa etária
Em relação à faixa etária, 87% das pessoas têm entre 18 e 59 anos. Os idosos representam 10% das pessoas em situação de rua e as crianças e adolescentes, 3%. A maior parte (47%) tem ensino fundamental incompleto. Outros 17% possuem ensino médio completo, enquanto 11% não sabem ler ou escrever.

Maioria negra

O levantamento também ressalta que a grande maioria (68%) da população morando nas ruas é negra.