Especialista defende que a eficiência seja prioridade para os próximos 4 anos
O ano começou com sessão solene que dá posse à nova presidência do Brasil. No domingo, 1º de janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente do Brasil para os próximos quatro anos. Ele e seu vice, Geraldo Alckmin, foram empossados no Plenário da Câmara, em cerimônia presidida pelo senador Rodrigo Pacheco, em Brasília, no Distrito Federal.
Esse é o terceiro mandato de Lula, e o slogan do novo governo é “União e reconstrução”. Após vencer a eleição mais acirrada da história, agora os desafios são pelo equilíbrio das contas públicas e inflação. Segundo o cientista político Uriã Fancelli, o Brasil ficou muito dividido durante as eleições. “No momento, temos que torcer para a união do país. Assim, será possível um trabalho mais assertivo diante da inflação”, explica o especialista.
O novo governo vai trabalhar com um número maior de ministérios do que o governo anterior. “Os cargos são distribuídos em vista dos apoios. Mas o principal desafio do governo agora é o congresso bolsonarista, e os resquícios do orçamento secreto. Diante desse cenário, é vislumbrado uma certa dificuldade para os apoios”, enfatiza Uriã.
O especialista defende a eficiência para o próximo governo, que é fazer o máximo possível gastando menos. “O governo anterior chegou a 23 ministérios, e não teve eficiência. Como não se tem como fugir da distribuição dos quadros, que pelo menos seja composto por pessoas qualificadas. Usando o lado técnico e partidário”.
O atual cenário mostra que o novo governo terá muitas dificuldades. Precisando de muito diálogo para encontrar o melhor desfecho para o país. “São novos desafios. O Brasil não é mais o mesmo de 20 anos atrás. O slogan do novo governo usa a palavra reconstruir, mas o que precisamos mesmo é construir. Precisamos ir além, estamos com 33 milhões de pessoas passando fome; 10 milhões desempregados; além da inflação alta, são outros tempos”, discorre Uriã.
Outra prioridade no radar do governo deve ser a corrupção, mesmo que nada tenha sido falado no discurso do presidente eleito. De acordo com o especialista, “a população deve cobrar transparência nesse quesito também”. Que acrescenta, “é necessário cortar gastos, o que fica difícil com 37 ministérios. Temos que ter um mecanismo que controle os gastos”, finaliza Uriã.
Terceiro mandato de Lula
Lula e Alckmin foram eleitos no dia 30 de outubro de 2022 e diplomados em 12 de dezembro do mesmo ano. Esse será o terceiro mandato de Lula como presidente, depois de ter governado o Brasil de 2003 a 2011. Já Alckmin chega à presidência, como vice, pela primeira vez.