Inadimplência geral segue em 30,3% do total de famílias no país
Cerca de um terço das famílias brasileiras não conseguem pagar as contas dentro do vencimento, e essa inadimplência é maior entre os mais pobres. É o que aponta o levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC. De acordo com a pesquisa, entre os consumidores com até 10 salários de renda mensal, 34,1% atrasaram as dívidas. Essa é a maior proporção da série histórica, que teve início em 2010.
De acordo com a economista Izis Ferreira, “o cenário de inadimplência está aumentando principalmente entre as famílias de renda média e baixa no Brasil, mesmo com a desaceleração de endividados”. O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer recuou 0,3 ponto percentual no fim de 2022, alcançando quase 80% das famílias brasileiras.
Os juros em nível mais alto dos últimos 5 anos e o endividamento das famílias, com dívidas mais caras e em mais modalidades, são as causas do quadro de inadimplência. “Mesmo com contexto de inflação pressionando menos o orçamento e melhorando o mercado de trabalho, as famílias encontram dificuldades em pagar todas as suas dívidas e todas as contas dentro do mês. O que leva a inadimplência a acelerar no país”, explica a economista.
Segundo Izis, para não cair em armadilhas e afastar o fantasma da inadimplência é preciso analisar em qual estado estão as finanças. “Primeiro passo é, se tem algum compromisso atrasado, buscar renegociar o quanto antes. E o que puder segurar do 13º para fazer frente às despesas de início de ano, é importante para ajudar nas despesas que apertam o orçamento. E evitar gastos com o supérfluo. Além de fazer contas e pesquisar o preço”, finaliza a especialista.