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Lei Maria da Penha: a importância de combater a violência contra as mulheres

A denúncia da violência esbarra em inúmeras dificuldades

Reprodução / Pixabay

O termo “violência contra a mulher” resume diversos tipos de abuso que acontecem sistematicamente no Brasil e no mundo por questões de gênero. Mulheres agredidas somente porque são mulheres, não se limitando apenas em acometimentos físicos, mas a atos lesivos que resultam em danos psicológicos, emocionais, patrimoniais, financeiros, e muitos outros.

A fisioterapeuta e ex-vereadora de Goiânia, Cristina Lopes, carrega no corpo as cicatrizes de uma violência doméstica. Há 37 anos, ela teve 85% do corpo queimado pelo ex-namorado que não aceitou o fim do relacionamento. Ela passou por 24 cirurgias e fez da dor uma motivação para ajudar outras mulheres que sofrem de violência doméstica.

Atualmente, Cristina trabalha na prevenção de violência contra crianças. Segundo Cristina, os trabalhos devem ser “de forma muito direta e continuada com as crianças. Elas precisam entender a violência, e que isso não é comum. Mostramos para os pequenos que um ambiente de agressões não é adequado. E, em muitos casos, a própria criança convence a mãe a sair da situação de agressões em que vive”, conta Cristina.

Em 2019, aproximadamente 4 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, o índice reduziu em comparação ao ano anterior, mas continua sendo uma situação grave de acordo com o Atlas da Violência 2021. Mais de mil mortes foram na casa das vítimas e grande parte na frente dos filhos. O relatório aponta um crescimento de 10% no número de homicídio de mulheres nas residências entre 2009 e 2019.

Preocupada com essa situação, a pesquisadora Manoela Barbosa criou um livro em quadrinhos, que narra a história da Maria da Penha. A obra faz parte do projeto de lei homônimo, e será distribuída gratuitamente para crianças entre 7 e 12 anos. Segundo a escritora, “a leitura é fácil e didática. Ensinando às crianças os direitos da lei Maria da Penha, e a importância de denunciar”.

Para Cristina Lopes, “temos o agravante que muitas vezes vamos à escola e as mulheres profissionais ali são agredidas também. É preciso enfrentarmos tudo isso, e estar dentro das escolas com ações que possam coibir esses crimes”, finaliza Cristina.

A denúncia da violência esbarra em inúmeras dificuldades. Nem sempre é simples identificar o que é violência, inclusive pela própria vítima, que muitas vezes demora em dar este sentido ao que vive. Outra dificuldade é o medo das consequências da denúncia, como o receio de que ela destrua os laços familiares, ou mesmo que intensifique as agressões.


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