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A insegurança alimentar e as mais de 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil fez com que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolhesse a temática para a Campanha da Fraternidade pela terceira vez. De acordo com o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella, “o agravamento da miséria pela pandemia da Covid-19 levou o ato de escuta das 279 dioceses e 19 regionais no país a definirem o tema”.

O lançamento da campanha contou com a presença de fiéis convidados, e foi transmitida a mensagem especial sobre a Campanha da Fraternidade do Brasil e período quaresmal pelo Papa Francisco. No texto, o Santo Padre pede que o tema da fome gere uma reflexão profunda em todos, para que assim possa ser produzida uma consciência de partilha dos dons que o Senhor concede. Ele reforça ainda que as ações precisam ser constantes.

O versículo base da campanha é Mateus 14:16 “Daí-lhes vos mesmos de comer”, ressaltando que o combate à fome é responsabilidade do Governo, por meio de políticas públicas e também dos fiéis, comissionados por Jesus a alimentar os famintos. Um gesto simples que pode mudar vidas.

Dom Joel ressalta que a fome não se resolve com palavras, “se resolve com comida. Precisamos nos juntar e renunciar todas as situações em que o ser humano sofra”. O momento é de incentivo aos cristãos a pensarem no próximo, visto que o tempo de Quaresma é dedicado às práticas de penitência como jejum e obras de caridade.

“É um convite à conversão, tanto da situação de fome como de espírito de inércia e indiferença ao próximo”, explica Dom Joel. Para ajudar nesta conversão, o texto-base da campanha traz orientações sobre como todos podem proceder. A mensagem ressalta sobre o desperdício de alimentos, pecado cometido por muitos, às vezes de forma inconsciente.

O assessor das campanhas da CNBB, Jean Poul Hansen, sente indignação em saber que no Brasil quem mais se alimenta é a lata do lixo. “Se cuidarmos do desperdício, do que sobra da nossa alimentação, nós conseguiremos alimentar uma multidão”, diz Jean Poul.

Que cada um possa abraçar a Campanha da Fraternidade, ajudando os mais necessitados como o Papa Francisco ensina.