Notícias

Há 10 anos, o Papa Bento XVI renunciava ao pontificado

28 de fevereiro de 2013 marcou a decisão do Papa emérito

Reprodução / Vatican News

Há 10 anos, o saudoso Papa emérito Bento XVI anunciava a decisão de renunciar ao ministério petrino. A renúncia tornou-se oficial no dia 28 de fevereiro de 2013, quando Bento XVI deixou o Vaticano.

Ao renunciar, Bento XVI disse no Vaticano, em 10 de fevereiro de 2013: “Vos comunico uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice”.

Legado de Bento XVI

O Papa Bento XVI deixou um legado muito grande à Igreja e ao mundo. Sua vida inteira foi dedicada com todo amor, humildade e zelo apostólico. Mesmo sendo um padre jovem, participou do Concílio Vaticano II (1963-1965) como assessor teológico de seu bispo. Após, viveu intensamente sua vida na Alemanha como bispo e cardeal. Foi eleito como um dos únicos sacerdotes da Academia de Ciências do Vaticano.

De acordo com o especialista no legado do Papa emérito Bento XVI, padre Thales Maciel, Joseph Aloisius Ratzinger mostrou ao mundo que Deus é o centro. “Ele dizia que devemos pensar nas preocupações a partir de Deus. Começar sempre pela liturgia, pois ela é a primazia do Pai. Sua graça nos precede sempre e move toda a ação e dinamismo da vida eclesial”, conta padre Thales.

Desde o início, o pontificado de Bento XVI foi marcado pela primazia do Divino Pai Eterno. Em sua primeira encíclica, publicada em dezembro de 2005, Bento XVI fez um convite aos bispos, presbíteros e aos diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos com Deus caritas est – Deus é amor – para que todos vivam o amor infinito de Deus em fraternidade.

“Estava acompanhando alguns testemunhos, e vi o da enfermeira que estava com Bento XVI nos instantes antes do falecimento. Ela conta que suas últimas palavras discerníveis foram “Jesus, eu te amo”. Isso mostra o seu legado até o fim. Deus é amor, e está vivo de forma que podemos e devemos nos relacionar com ele em todos os momentos”, explica o especialista.

Ratzinger sempre foi muito claro em suas palavras, e buscou sempre divulgar a sua posição cristã católica. Segundo o padre Thales, “Bento XVI foi um homem do diálogo. Sempre foi muito aberto a conversar com posicionamentos diferentes. Em todos os seus diálogos é perceptível a sua fé e esperança. Um homem com profunda convicção e amor por Cristo, de forma leve e alegre. Suas pregações, escritos e homilias sempre foram atentas a alegria”.

A renúncia do Papa Bento XVI pegou o mundo de surpresa. Na carta de renúncia, em 2013, ele afirmou que não tinha mais forças físicas para continuar no ministério, por conta da idade avançada. Antes disso, em 2010 o Santo Papa disse no livro-entrevista “Luz do Mundo” que “quando um papa chega à clara consciência de já não se encontrar em condições físicas, mentais e espirituais de exercer o cargo que lhe foi confiado então tem o direito – e, em algumas circunstâncias, também o dever – de renunciar”.

Devido aos problemas de saúde, se tornou o primeiro Papa Emérito. Mas o seu legado é grandiosamente extenso. “Ele era um grande conhecedor dos Santos Padres. Nas fontes bíblicas, a sua teologia sempre foi pautada nas Sagradas Escrituras. Na liturgia, o patrimônio litúrgico da Igreja transparece na vida dele e suas obras”, relata o especialista.

Ainda de acordo com o padre Thales, Bento XVI nunca pensou em ser Papa. Gostava de dedicar-se à Igreja e aos escritos. “Quando ele se viu Papa, a imagem que lhe veio à mente foi de uma guilhotina. O papado para Bento XVI nunca foi honra, e sim o sacrifício de ofertar o que o ministério precisa. Ao se deparar com os laudos médicos sobre a saúde, ele meditou sobre a sua ação diante do ministério, e com profunda humildade se retirou em oração”.

E continuou servindo ao Divino Pai Eterno até o seu último suspiro.


Deixe o seu Comentário


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site, e podem passar por moderação.

TV Pai Eterno

Baixe o aplicativo Pai Eterno


Google Play
App Store
© Copyright, Afipe - Associação Filhos do Pai Eterno