Neste dia, reze e medite a palavra
Desde o Domingo de Ramos, em 3 de abril, a Igreja Católica vive a mais importante semana do ano, que se estende até o próximo domingo, 9 de abril, quando é celebrado o Domingo de Páscoa. A Semana Santa é o momento central da liturgia católica e o mais importante para os cristãos, no qual são celebrados os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Nesta Quarta-feira Santa, a Igreja celebra a missa de “Tenebrae”, que significa “trevas” em latim, uma cerimônia que inclui leituras, cânticos e orações em memória da traição de Judas e da prisão de Jesus. De acordo com a tradição cristã, foi na Quarta-feira Santa que Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos de Cristo, concordou em trair Jesus por trinta moedas de prata.
Primeira Leitura
Is 50,4-9a
O Senhor Deus deu-me língua adestrada,
para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida;
ele me desperta cada manhã
e me excita o ouvido,
para prestar atenção como um discípulo.
O Senhor abriu-me os ouvidos;
não lhe resisti nem voltei atrás.
Ofereci as costas para me baterem
e as faces para me arrancarem a barba:
não desviei o rosto
de bofetões e cusparadas.
Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador,
por isso não me deixei abater o ânimo,
conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado.
A meu lado está quem me justifica;
alguém me fará objeções? Vejamos.
Quem é meu adversário? Aproxime-se.
Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador;
quem é que me vai condenar?
Salmo responsorial
Sl 68(69),8-10.21bcd-22.31.33-34 (R. 14cb)
Respondei-me pelo vosso imenso amor,
neste tempo favorável, Senhor Deus.
Por vossa causa é que sofri tantos insultos,
e o meu rosto se cobriu de confusão;
eu me tornei como um estranho a meus irmãos,
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
Pois meu zelo e meu amor por vossa casa
me devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam
recaíram todos eles sobre mim!
O insulto me partiu o coração;
Eu esperei que alguém de mim tivesse pena;
procurei quem me aliviasse e não achei!
Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre!
Cantando eu louvarei o vosso nome
e agradecido exultarei de alegria!
Humildes, vede isto e alegrai-vos:
o vosso coração reviverá,
se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres,
e não despreza o clamor de seus cativos.
Evangelho
Mt 26,14-25
Naquele tempo, um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
e disse:
“O que me dareis se vos entregar Jesus?”
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.
No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
“Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?”
Jesus respondeu:
“Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer:
o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'”.
Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa
com os doze discípulos.
Enquanto comiam, Jesus disse:
“Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”.
Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
“Senhor, será que sou eu?”
Jesus respondeu:
“Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato.
O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!”
Então Judas, o traidor, perguntou:
“Mestre, serei eu?”
Jesus lhe respondeu:
“Tu o dizes”.
Reze e medite na palavra nesta Quarta-feira Santa”