Reprodução / istock

A história dos Carmelitas tem início no final do século XII, no Monte Carmelo, na Palestina. O carisma e a espiritualidade marianos são marcados desde a origem dos Carmelitas, com a fundação da primeira igreja dedicada à Senhora daquele lugar, ou seja, à Mãe de Deus. O título do Carmo é dado quando os Carmelitas chegam à Europa, a partir do século XIII. Até então, eram os Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

O historiador, Frei Cristiano Garcia, explica que segundo a tradição Carmelita “a Virgem aparece a São Simão Stock, que era um dos Priores Gerais da Ordem na época. Um período em que a Ordem estava em crise, devido ao movimento da saída do Monte Carmelo onde os Carmelitas viviam como eremitas e foram martirizados pelos mulçumanos. Assim levou a Ordem a um período de decadência”.

São Simão Stock pede a intercessão da Virgem Maria, que aparece para ele em sonho entregando o escapulário. Uma promessa dada por Nossa Senhora. “Aquele que utilizar o escapulário seria salvo do fogo do inferno, e utilizaria o escapulário como sinal de filiação e devoção. Era um pedaço de tecido usado como avental e utilizava-se muito para os trabalhos manuais que os Frades e os monges faziam”, explica Frei Cristiano.

A partir de então, a Ordem começa a crescer. É o reflorescimento dos Carmelitas. São construídos cerca de 150 conventos europeus em 50 anos. A devoção à Rainha do Céu, a flor do Carmelo se expande. É o início da devoção a Nossa Senhora do Carmo e ao escapulário ou bentinho.

Olinda, no Pernambuco, é o local onde pela primeira vez os três Carmelitas chegam às Américas. É a devoção a Nossa Senhora do Carmo que vem do outro lado do oceano, o início de mais um capítulo de amor e de veneração à mãe do Carmelo. Frei Rosenildo Alexandre da Basílica do Carmo do Recife, conta que em “1580 vieram as caravanas de Portugal, e para começar a nossa missão primeiramente construiu uma casa de taipa e barro. E quando a missão dá certo, os Carmelitas enviam a carta para Portugal para que viesse todo o material para a construção”.

Sete quilômetros separam as igrejas do Carmo de Olinda e de Recife. A distância entre a primeira igreja Carmelita das américas da Basílica dedicada a Patrona Recifense. “Chegando em Recife, é propagado ainda mais a devoção. De forma que foi crescendo e se tornou em 1509 a Padroeira do Recife.

Em julho, vivenciamos uma das celebrações marianas mais conhecidas, a festa em honra à Mãe do Carmelo, a Virgem do Carmo. “A festa do Carmo é uma das mais populares do mundo. Praticamente em todos os países de cultura católica, principalmente no ocidente, é muito celebrado no dia 16 de julho. Sem dúvida, no Brasil é uma das maiores expressões”, conta Frei Rosenildo.

Devoção

A aposentada, Edmilda Dantas, conta que passou por momentos difíceis em sua vida. Mas nunca perdeu a fé. “Eu pedi para Nossa Senhora do Carmo com fé, e fui atendida. Precisava de uma moradia, e em menos de um ano eu consegui. E hoje eu vivo bem, porque ela é a mãe e pede a Jesus que providencia tudo aquilo que desejamos”, disse a devota emocionada.