Notícias

Conflitos no campo preocupam autoridades e organizações humanitárias

É preciso pensar uma política agrária ampla, diz Frei Márcio

Uma pesquisa da Comissão Pastoral da Terra apontou um aumento de 20 para 35 no número de assassinatos em conflitos no campo em 2021. A situação é grave e requer atenção por parte das autoridades e da sociedade em geral, a fim de lidar com esses dados alarmantes que assolam o país.

Não é de hoje que a violência é um problema no Brasil: as questões agrárias e a distribuição de terras são fatores ancestrais que, até o momento, não foram tratados com seriedade. De acordo com o professor de direito na Universidade de São Paulo (USP), Frei Márcio Ponzilacqua, “é preciso pensar uma politica agrária ampla. Em que os conflitos sejam encarados”.

Os conflitos em várias regiões do país provocam deslocamentos internos, resultando em desastres socioambientais que afetam a organização da sociedade. “Assim, se faz necessário pensar políticas públicas que promovem a vida dos pequenos lavradores que realizam a agricultura orgânica e ecológica”, explica o Frei, que enfatiza também ser importante criar uma forma de subsistência das pessoas que estão no campo.

Investir em políticas agrárias aumenta a garantia de que alimentos de qualidade cheguem às mesas dos consumidores. As ações devem ser direcionadas tanto para os grandes produtores quanto para os pequenos. No entanto, devido à situação atual, as políticas públicas devem estar atentas aos mais vulneráveis.

No Brasil, os principais responsáveis pela produção de alimentos consumidos, como arroz, feijão, legumes e verduras, são os pequenos e médios produtores. Desde agricultura familiar a cooperativas, “merecem formas de custeio e financiamentos para melhorar escolaridade, lazer e formação no ambiente rural”, finaliza o frei.

Sempre atento às questões do mundo, o Papa Francisco recebeu em maio deste ano membros da Associação Agrária “Jovens Agricultores”, da Espanha. Durante o encontro, o Santo Padre disse: “Deus pede-lhes para ver o campo como um dom, como algo que lhes foi dado e que vocês deixarão como herança aos seus filhos; pede-lhes para ver a produção como um dom do Senhor, que, através de vocês, concede ao seu povo para saciar a sua fome e sede. A fome não consiste apenas na falta de pão, mas também na falta de Deus, que, para saciar a humanidade, não hesitou em se tornar alimento, carne, para chegar ao coração do homem.”

 


Deixe o seu Comentário


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site, e podem passar por moderação.

TV Pai Eterno

Baixe o aplicativo Pai Eterno


Google Play
App Store
© Copyright, Afipe - Associação Filhos do Pai Eterno