A Igreja Católica é muito rica em histórias e curiosidades. Uma situação que gera dúvidas é por que a Igreja conserva o culto às imagens se o Antigo Testamento proíbe? Para esclarecer, o padre Walmir Garcia explica que “em primeiro lugar, o Antigo Testamento não proíbe o culto de imagens. Ele proíbe o culto aos ídolos, o que é bem diferente de imagem.

De fato, Deus proibiu o culto a ídolos. Há uma grande diferença entre imagens e ídolos. Uma imagem é a representação de um ser em seu aspecto físico como, por exemplo, uma fotografia, uma estátua, uma pintura, um monumento, etc. Enquanto um ídolo é um falso deus inventado pela fantasia humana, como por exemplo, a lua, um animal, o mar, esculturas, etc.

Segundo o padre Walmir Garcia, “no Antigo Testamento, Moisés sobe ao Monte Horebe e recebe as tábuas da lei. Ele se demora no monte, mas quando desce, encontra as pessoas adorando um bezerro de ouro e dizendo: ‘eis aqui o nosso deus’. O que é extremamente errado, pois uma estátua não pode ser Deus. Por outro lado, uma imagem ou estátua pode representar algo”, explica o padre.

Muitas pessoas têm em suas casas imagens, quadros e fotografias de pessoas que muitas vezes já passaram para o outro plano. E isso não tem nenhum problema. “Eu mesmo guardo na minha arca as fotografias da minha mãe, do meu pai, da minha família, e gosto de ficar admirando e às vezes até converso com a foto. Não é um culto à imagem, e sim ao que ela representa”, comenta padre Walmir. Assim é na Igreja, não se venera a imagem. Mas aquilo que ela representa.

A imagem de Nossa Senhora por exemplo, é usada para nos lembrar que existe a mãe de Deus, e que é nossa mãe. E ela está no céu intercedendo por nós. No Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), a imagem de Nossa Senhora tem lugar de destaque. Pois, a história do ícone se entrelaça com a Congregação Redentorista desde o dia 26 de abril de 1866, quando numa procissão comovente, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi entronizado na igreja de Santo Afonso. Na época, o Papa Pio IX entregou o quadro aos Missionários Redentoristas e fez um pedido que se tornou um compromisso permanente: “Façam-na conhecida no mundo inteiro”. 

É interessante lembrar que o mesmo livro que proíbe o culto aos ídolos, promove o culto a imagem – o livro de Êxodo. No texto, Deus fala para construir uma arca e colocar em cima dela dois querubins, e narra como fazer a imagem.