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Santo Padre: há resistências na Igreja, mas a porta está sempre aberta a todos

Fala ocorreu em uma conversa com os jesuítas de Lisboa, durante a viagem do Papa a Portugal para a JMJ

Reprodução: Vatican Media

Da redação, com Vatican News

Em uma conversa espontânea entre o Papa e jesuítas de Lisboa, o Pontífice expressou preocupação com as guerras, reiterou o apelo para dar a “todos” um lugar na Igreja, incluindo homossexuais e pessoas trans, e reiterou que o Sínodo não é uma “invenção” sua nem uma “busca de votos”.

O Papa se reuniu com seus confrades em 5 de agosto no Colégio de São João de Brito, uma escola dirigida pela Companhia de Jesus, durante sua viagem à capital lusitana para a Jornada Mundial da Juventude. E vários tópicos foram abordados: dos desafios geracionais ao testemunho dos religiosos, das questões sobre a sexualidade humana ao desenvolvimento da doutrina, às preocupações com as guerras: “Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as guerras têm sido incessantes em todo o mundo. E hoje vemos o que está acontecendo no mundo”, disse o Pontífice.

A doutrina está em evolução, “e a mudança é necessária. A visão da doutrina da Igreja como um monólito está errada. Mas alguns saem fora, voltam para trás, são o que eu chamo de ‘indietristas’. Quando se retrocede, forma-se algo fechado, desconectado das raízes da Igreja e perde-se a seiva da revelação”. A advertência do Papa é clara: “Se você não muda para cima, você retrocede, e então assume critérios de mudança diferentes daqueles que a própria fé lhe dá para crescer e mudar.

Na conversa, o Papa amplia seu olhar para a sociedade atual, que ele vê como excessivamente “mundanizada”, algo que o preocupa muito, sobretudo “quando a mundanidade entra na vida consagrada”. Jorge Mario Bergoglio se refere à sua recente carta aos sacerdotes de Roma, na qual adverte contra o clericalismo e o mundanismo espiritual como armadilhas nas quais se deve evitar cair.

Papa reiterou o apelo para acolher as pessoas homossexuais na Igreja. “É evidente que hoje a questão da homossexualidade é muito forte, e a sensibilidade a esse respeito muda de acordo com as circunstâncias históricas”, esclarece. “Mas o que não me agrada nem um pouco, em geral, é que olhemos para o chamado ‘pecado da carne’ com uma lupa, assim como se fez por tanto tempo com relação ao sexto mandamento. Se se explorava os trabalhadores, se mentia ou trapaceava, isso não importava e, em vez disso, os pecados abaixo da cintura eram relevantes.”

No final, o Papa contou da sua alegria pelo Sínodo. “A alegria que mais tenho em mente é a preparação para o Sínodo, mesmo que às vezes eu veja, em algumas partes, que há falhas na maneira como está sendo conduzida. A alegria de ver como, a partir dos pequenos grupos paroquiais, dos pequenos grupos de igrejas, surgem reflexões muito bonitas e há um grande fermento. É uma alegria”.

“O Sínodo não é uma invenção minha”, o Papa Francisco faz questão de dizer, lembrando que foi Paulo VI, no final do Concílio, “que percebeu que a Igreja católica havia perdido a sinodalidade”. Desde então, houve um “progresso lento” e, às vezes, “de maneira muito imperfeita”.


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