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Somente o diálogo constrói a paz, diz Papa Francisco

Fala ocorreu durante a visita da delegação da Conferência dos Rabinos Europeus

Reprodução: Vatican News

Da Redação, com Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (6), o Papa Francisco recebeu a delegação da Conferência dos Rabinos Europeus. Oportunidade em que o Pontífice reforçou o apelo pela situação na Terra Santa, “pela baixeza do ódio e pelo barulho mortal das armas”.

A Terra Santa tem sido assolada pelo ódio e pelo som das armas, além da preocupação com os atos antissemitas. Por isso, temas como a importância do diálogo e a relação judaico-cristã estiveram no centro do discurso que o Papa entregou à Conferência dos Rabinos Europeus.

Fim da violência
Durante o texto do discurso, o Papa afirma que o seu primeiro pensamento e sua primeira oração “são, acima de tudo, sobre o que aconteceu nas últimas semanas”. O Santo Padre recordou que “a violência e a guerra explodiram na Terra que, abençoada pelo Altíssimo, parece estar sendo continuamente contrariada pela baixeza do ódio e pelo barulho mortal das armas”, e ressaltou: “é preocupante a disseminação de manifestações antissemitas, que eu condeno firmemente”.

Francisco sublinha aos Rabinos que neste tempo de destruição, somos chamados, por todos e antes de todos, a construir a fraternidade e a abrir caminhos de reconciliação, em nome do Todo-Poderoso que, como diz outro profeta, tem “planos de paz e não de desgraça” (Jr 29:11). Nem as armas, nem o terrorismo, nem a guerra, mas a compaixão, a justiça e o diálogo; esses são os meios adequados para construir a paz.

É preciso o diálogo
O ponto principal do texto de Francisco, entregue aos Rabinos Europeus, é sobre a importância do diálogo: “O ser humano, que tem uma natureza social e se encontra em contato com os outros, é realizado na rede de relações sociais. Nesse sentido, ele não só é capaz de dialogar, como também é o próprio diálogo. Suspenso entre o céu e a terra, somente em diálogo com o Além que o transcende e com o Outro que acompanha seus passos, ele pode compreender a si mesmo e amadurecer”, destaca o Santo Padre.

Francisco então explica que a palavra “diálogo” etimologicamente significa “por meio da palavra”. A Palavra do Altíssimo é a lâmpada que ilumina os caminhos da vida (cf. Sl 119,105): ela orienta nossos passos precisamente para a busca do próximo, para a acolhida, para a paciência; certamente não para a súbita corrida da vingança e a loucura do ódio bélico.

“Para nos tornarmos construtores da paz, somos chamados a ser construtores do diálogo. Não apenas com nossas próprias forças e habilidades, mas com a ajuda do Todo-Poderoso. Pois, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os construtores” (Sl 127, 1).”

Proximidade entre judeus e cristãos
Segundo o Papa, o diálogo com o judaísmo é de particular importância para os cristãos, “porque temos raízes judaicas. Jesus nasceu e viveu como judeu; Ele mesmo é o primeiro garantidor da herança judaica dentro do cristianismo e nós, que somos de Cristo, precisamos de vocês, queridos irmãos, precisamos do judaísmo para nos entendermos melhor”.

“Nossas tradições religiosas estão intimamente conectadas: elas não são dois credos não relacionados que se desenvolveram independentemente em espaços separados e sem influenciar um ao outro. O Papa João Paulo II, durante sua visita à Sinagoga de Roma, observou que a religião judaica não é extrínseca, ‘mas, de certa forma, é ‘intrínseca’ à nossa religião’. Ele os chamou de ‘nossos amados irmãos’, ‘nossos irmãos mais velhos’, recordou o Pontífice.

“Portanto, pode-se dizer que o nosso diálogo, mais do que um diálogo inter-religioso, é um diálogo familiar. De fato, quando fui à Sinagoga de Roma, disse que ‘pertencemos a uma só família, a família de Deus, que nos acompanha e nos protege como seu povo’.”

O discurso de Francisco conclui com a afirmação de que judeus e cristãos estão ligados uns aos outros diante do único Deus: “juntos, somos chamados a dar testemunho, com nosso diálogo, de sua palavra e, com nossa conduta, de sua paz”.


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