Reprodução: Agência Brasil

Um ano depois do Governo Federal decretar situação de emergência na terra Yanomami, os indígenas que vivem no território em Roraima continuam lidando com ameaças antigas. O contingente de garimpeiros ilegais já não é mais o mesmo do passado, que chegou a ser estimado em 20 mil invasores, mas a presença deles segue causando problemas de segurança e nutrição às comunidades.

O membro consultor da comissão especial de defesa dos direitos dos povos indígenas da Repam-Brasil e analista político, Melillo Dinis, explica que acompanha a situação dos povos Yanomamis desde 1990. Uma época importante, pois foi o primeiro movimento de retirada dos garimpeiros do local.

Desde então, esforços são realizados para retirar os garimpeiros ilegais. “Mas, pela falta de políticas públicas para além da ocupação com as forças de segurança pública, os problemas ainda persistem”, explica Melillo. No último ano, o Governo Federal tentou realizar a retirada dos garimpeiros, mas, infelizmente, faltam ações de cooperação das forças do estado.

Atualmente, a terra Yanomami conta com cerca de 72 pistas de pouso, onde a Força Aérea pode pousar em apenas duas. As outras 70 são ilegais. Diante da situação, é importante ações para retomar a “rede de alimentação dos Yanomamis, aumentar a presença da saúde indígena, aumentar a qualidade, presença e mecanismos de desenvolvimento para estes povos”, conta o professor.

Hoje, a presença dos garimpeiros atrai prejuízo ambiental e afeta diretamente as vidas dos povos originários. Sendo uma tragédia humanitária, levando doenças e desestruturação alimentar. Pois, os povos não conseguem usar a terra para o plantio dos seus produtos.

É um chamado urgente para preservar a cultura dos Yanomamis com dignidade humana, enfatizando a necessidade da sociedade monitorar todos os desenvolvimentos na região. Não é uma situação simples, mas é fato que precisa retirar todos os garimpeiros ilegais da região.