Dom Roberto Francisco Ferreria Paz Bispo de Campos (RJ) Com esta frase, que […]
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Com esta frase, que inspira o tema de 2023, partilhamos nossa reflexão sobre o movimento “Janeiro Branco” que nos desafia a repensar nossa saúde mental. Em 2014, surgia esta iniciativa, voltada a focalizar o deterioro e a perda do nosso equilíbrio emocional. O psicólogo mineiro, Leonardo Abrahão, levantava este projeto de despertar para nossas crises e disfunções no plano dos nossos relacionamentos afetivos e emocionais.
A ideia era aproveitar o mês de janeiro, mês de recomeçar, de se ter uma visão mais espontânea de nossa percepção a respeito de quem somos; pelas férias de poder reinventarmos a nossa vida como se fosse uma página em branco não escrita ainda. Um tempo para pensar mais em nós mesmos, nossas expectativas, nossos medos, angústias e também nossas esperanças e desejos.
Com a pandemia, esta necessidade se tornou mais urgente e desafiadora pois, embora estamos saindo muito lentamente da maior crise sanitária, carregamos sequelas e fissuras que nos descompensaram e experimentamos, como nunca, a solidão, a depressão (que afeta a mais de 30 milhões de brasileiros), a acídia (o desgosto pela vida) o bourgnouth (o cansaço e desgaste existencial).
Tudo isto reclama um momento de parar, de repousar no Espírito, para agendarmos um encontro conosco mesmo, para reequilibrarmos a nossa jornada, de sentirmos novamente a pulsão em nossas veias, a paixão, e o entusiasmo de viver. O gozo de sermos pessoas livres, imagens do Criador, chamados à felicidade, isto é, a amar sem medida, a alegria de descobrir o sentido da nossa aventura nesta Terra, a missão de recriar relacionamentos, estruturas de convivência e de trabalho, com a chama e a luz da graça e do encanto com que o Deus, da vida e da beleza infinita, inspira e transforma nossos passos, atitudes, gestos e palavras.
Que as férias nos proporcionem um espaço para ser o que devemos ser, a liberdade de descondicionar e nos desprogramar de roteiros nocivos e medíocres, que achatam e entristecem o grandioso horizonte e vocação a que fomos chamados e fascinados. Deus seja louvado!