Santuário

Dom Dirceu: “O Pai Eterno nos chama a seguir Jesus e nos envia a agir com o Espírito Santo em favor da vida”

O bispo da diocese baiana de Camaçari pregou no terceiro dia de preparação para a Festa do Pai Eterno

Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari (BA), iniciou sua homilia no terceiro dia da novena do seguinte modo: “Estamos no coração do Brasil e sob o olhar misericordioso do Divino Pai Eterno. De fato, ele não tira os olhos de nós e isto nos anima e conforta. Com o salmista nos pedimos: ‘Senhor é vossa face que eu procuro, não me escondais vossa face’!  Essa devoção que está enraizada nesta região“.

Ele contou, em seguida, uma história interessante: “Certa vez visitando a cidade de Goiás ouvi um relato que revela a profundidade desta devoção: a grande poeta Cora Coralina ao sair da cidade de Goiás em novembro de 1911, ao passar diante do Santuário do Divino Pai Eterno, fez um voto: doar para o altar do Santuário do Pai Eterno uma toalha. Um gesto singelo, de uma pequena/grande mulher, mas que traduz a força desta devoção e o gesto de tantos, milhões de Romeiros (as) que acorrem a este santuário e aqui deixam seus ex-votos. Quando vamos a um Santuário é sempre bom visitar a sala de ex-votos. Quantos testemunhos da delicadeza do Pai, que não tira de nós o seu olhar de cuidado“.

E prosseguiu: “Daqui do coração do Brasil, deste Santuário, queremos ainda proclamar, em alto e bem som, que Deus é Pai. Alguns estudiosos afirmam que a sociedade atual quer enfraquecer ou até mesmo anular a figura do Pai. Mas é impossível a Paternidade é algo sublime. O Pai é aquele que dá limite, pois quem ama corrige, mas é sobretudo aquele que cuida, que zela, que vela. Sempre que você pensar em desanimar lembre-se da palavra de Isaías: Senhor tu és nosso Pai, nós somos o barro e tu és o oleiro e somos obra de tuas mãos”.

O bispo da diocese baiana de Camaçari lembrou o contexto da temática da Festa do Pai Eterno: “Em sintonia com o 3º Ano Vocacional meditamos ‘O Pai Eterno nos chama e envia’. Rezemos pelas vocações sacerdotais, religiosas, missionárias, leigas, matrimoniais. Que o Senhor continue chamando, fazendo aquele belo e suave convite: ‘vem e segue-me‘”. E fundamentou: “Vocação é mistério. Deus chama aqueles que ele quer e escolhe não segundo os critérios humanos, mas segundo sua infinita sabedoria. Por vezes nos perguntamos: por que chamou aquela pessoa e não outra que do ponto de vista humano, teria mais condições? Mistério! Quando Samuel vai à casa de Jessé de Belém escolher um rei para Israel se deixa impressionar com a robustez de Eliabe. No entanto, Deus havia escolhido o frágil menino Davi. E mais: Davi era filho de uma Moabita e não de uma hebreia. De fato, Deus escolhe aquele que é vil e frágil aos olhos humanos para confundir os fortes. Há muita fortaleza contida em nossa fragilidade. Mistério. Basta olhar para Santa Dulce dos Pobres“.

Quando vamos a um Santuário é sempre bom visitar a sala de ex-votos. Quantos testemunhos da delicadeza do Pai, que não tira de nós o seu olhar de cuidado. Dom Dirceu de Oliveira

Dom Dirceu prosseguiu: “Vocação é vida doada. Aquele que chama é o mesmo que capacita para missão. Em todos os relatos de vocação encontramos a promessa do Senhor: “não temas, eu estarei contigo”. Ele é fiel, o Pai Eterno! Como a Graça de Deus age de forma maravilhosa! Esta festa é um exemplo! Tudo começa com o testemunho de um casal. Hoje temos um santuário para o qual acorrem milhões de peregrinos. O sim deste casal, o sim de cada vocacionado é apenas o nosso pouco, pois tudo é graça. O nosso SIM, são os cinco pães e dois peixes do episódio da multiplicação dos pães, é a oferta da viúva, é a gotinha de água, humilde e silenciosa que será deitada no vinho a ser consagrado na missa, afinal quem age é Deus, em tudo e em todos“.

Vocação Batismal. A fonte de toda vocação é o batismo. Somos chamados a testemunhar o Cristo Ressuscitado e ser, no mundo sal, luz e fermento. A vocação se vive no dia a dia. “Toda vocação está encharcada de cotidianidade. Assim disse o Papa Francisco no dia de oração pelas vocações: a chamada de Deus inclui o envio. Não há vocação sem missão. E não há felicidade e plena autorrealização sem oferecer aos outros a vida nova que encontramos. A chamada divina ao amor é uma experiência que não se pode calar. «Ai de mim, se eu não evangelizar!», exclamava São Paulo”, disse o bispo.

O Pai Eterno nos chama a seguir Jesus e nos envia a agir com o Espírito Santo em favor da vida. O subtema de hoje nos ensina que somos servidores da vida e não proprietários, pois é na força do Espírito Santo, o protagonista da Missão que agimos na Igreja e no mundo. Deste Santuário, desta grande novena e festa, somos enviados em Missão, afinal, vocação é Graça e Missão, é coração ardente e pés a caminho! Que esta novena e festa sejam um despertar vocacional, nos recordem a Missão de batizados: missão de anunciar Jesus Cristo, que Ele está vivo no meio de nós, a missão de colaborarmos para construção uma sociedade mais justa e solidária, sem exclusões, sem fome, onde os direitos dos pobres da terra, dos povos originários e tradicionais sejam respeitados, em uma sociedade dilacerada por discórdias e desinformações. A missão de edificarmos a civilização do amor, afinal a ‘Glória de Deus é o homem vivo’!”, refletiu o bispo.

E concluiu: “Roguemos ao Pai Eterno que nos abençoou em seu Filho Jesus, a bênção das bênçãos e com bênçãos espirituais de toda sorte que este ano vocacional seja oportunidade de criamos uma verdadeira cultura vocacional, baseada na gratuidade, no espírito de serviço, em vista da construção do Reino de Deus“.

Depois que encerrou sua reflexão, dom Dirceu recitou uma oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia Mundial das Vocações de 1964: “Ó Jesus, divino Pastor das almas, que chamastes os Apóstolos para fazer deles pescadores de homens, continuai a atrair para Vós almas ardentes e generosas de jovens, a fim de fazer deles vossos seguidores e vossos ministros; tornai-os participantes da vossa sede de redenção universal, (…) abri-lhes os horizontes do mundo inteiro, (…) para que, respondendo à vossa chamada, prolonguem aqui na terra a vossa missão, edifiquem o vosso Corpo místico, que é a Igreja, e sejam ‘sal da terra’, ‘luz do mundo‘”.

 


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