Santuário

Dom Mário: “Pai Eterno chama […] e os envia para ser sinal da eterna aliança…. de amor com a humanidade”

Arcebispo de Cuiabá (MT) pregou no sétimo dia da novena em preparação para a Festa do Pai Eterno

Dom Mário Antônio, arcebispo de Cuiabá (MT), fez a pregação do sétimo dia da novena em preparação para a Festa do Divino Pai Eterno. Abaixo, a íntegra da homilia.

O Pai Eterno nos chama e nos envia. Meus queridos irmãos, minhas queridas irmãs, permitam-me aqui, em comunhão com Dom Rodolfo, arcebispo de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, em comunhão com Dom João Justino, arcebispo aqui da arquidiocese de Goiânia, também Dom Levi, seu bispo auxiliar, e Dom Washington, o bispo emérito. Quero saudar também os queridos presbíteros presentes nesta celebração, na pessoa do reitor deste Santuário, Padre Marco Aurélio, e também o padre Sidney, vigário episcopal desta região da arquidiocese, e demais presbíteros. Quero saudar os queridos irmãos diáconos. Saudar os irmãos e irmãs de vida consagrada, as congregações religiosas aqui conosco. Saudar com o coração de romeiro os cristãos e cristãs presentes aqui conosco nesta celebração. E, em comunhão com vocês, saudar todos que nos acompanham pela TV Pai Eterno, pela TV Aparecida, RedeVida, pelas emissoras de rádio e pelas plataformas digitais.

Sétimo dia da novena do Pai Eterno. Um grande dia de comunhão. Um grande momento de celebração da nossa vida e da nossa vocação. Queremos na noite de hoje refletir, à luz do tema geral lembrando o Ano Vocacional, o “O Pai Eterno chama mulheres e homens à Vida Consagrada e os envia para ser sinal da eterna aliança de amor com a humanidade”. Nós aqui, os diáconos, os presbíteros e os bispos, estamos em nossa comunhão com o Papa Francisco, o sucessor de Pedro.

O Pai Eterno chama, mas também envia. E envia para ser sinal da eterna aliança de amor com a humanidade. O tema desta novena me recorda que o Pai Eterno amou tanto o mundo, não é verdade? O Pai Eterno amou tanto o mundo que enviou quem? Enviou seu Filho único para salvar a humanidade. Por isso, queridos irmãos e irmãs, nossa vocação surge a partir de um encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, nosso Salvador, que, no Evangelho que ouvimos nesta celebração, percorria todas as cidades e povoados pregando o Evangelho do Reino. E o texto que ouvimos tem razão, pois Marcos capítulo 1, versículos 14 e 15, diz o seguinte, nas palavras de Jesus: “Completou-se o tempo. O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no na Boa-Nova”. Olha Jesus apresentando uma novidade, pregando o Evangelho. E qual é a novidade que Jesus nos apresenta? O Reino de Deus. Isso mesmo: deixar que Deus encarne no nosso coração, reine na nossa vida.

O Reino, dizia Jesus, já está entre vós, o que nos leva a deduzir que o Reino não é um local geográfico, mas sim, novas relações entre nós.  Novas relações pessoais, comunitárias e sociais. Novas relações nas famílias, nas pastorais, nos serviços, nos movimentos. Novas relações nos grupos de reflexão, nos grupos de oração e, à luz do tema desta noite, novas relações no clero, entre nós ministros ordenados. Novas relações nas congregações religiosas, nas comunidades de Vida Consagrada, mas também novas relações entre os cristãos leigos, entre vocês, queridos irmãos e irmãs. E assim a gente pode dizer que o Reino de Deus já está presente onde? Onde as relações são de amor, de perdão e de justiça. Porque caso contrário, se as relações são de ódio, de rancor, de vingança, o Reino de Deus está muito longe, muito distante.

Ele está no meio de nós, sim ou não? (povo responde: sim). Quando o padre reza, o Senhor esteja convosco, o que a comunidade responde? (o povo responde: Ele está no meio de nós!). E se eu pergunto, queridos irmãos e irmãs, onde está o Reino de Deus? (o povo responde: está no meio de nós!). No meio de nós! Então, a gente pode dizer que o Reino é a própria pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. É Jesus entre nós. É Jesus, presença viva do Reino, que no Evangelho que ouvimos, percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa-Nova e curando todo tipo de doença e enfermidade.

Jesus tinha uma exemplar consciência de sua missão quando estava com o povo, quando estava chamando os discípulos, quando estava curando as pessoas e também quando estava na sinagoga. E aqui eu recordo o texto de Lucas, capítulo 4, versículos 18 e 19. Olha só o que Jesus ensinou na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois Ele me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres, enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos, a recuperação da vista, para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor”. Eis a missão de Jesus que deve ser também a missão de todos nós, cristãos.

Nós já fomos ungidos, não fomos? Fomos ungidos no Batismo, na Crisma, nós ministros ordenados, presbíteros e bispos, fomos ungidos. Então, o Senhor está sobre nós e também nos envia para anunciar o Evangelho aos pobres. Temos feito isso? Anunciar o Evangelho aos que sofrem, aos desanimados? Temos feito o bem às pessoas doentes? Temos visitados os enfermos, os encarcerados? Temos ajudado os necessitados de saúde, emprego, comida e dignidade? Será que temos, nós, anunciado um ano da graça do Senhor como fez Jesus Cristo? Ele fez bem a sua missão, fez ou não fez? (povo responde: fez!). E agora chegou a nossa vez, chegou a nossa vez.

E olha, queridos irmãos e irmãs, que este ano da graça é para nós, em 2023, o Ano Vocacional. Qual é o tema do Ano Vocacional? Vocação, graça e missão. E o lema? Corações ardentes e pés a caminho. Este é para nós o ano da graça do Senhor e como filhos e filhas do Divino Pai Eterno, vamos proclamar, ao Brasil e ao mundo, a graça da nossa vocação, sem nos esconder, sem nos omitir da nossa missão.

Quero recordar aqui, o objetivo geral deste Ano Vocacional: promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para quê? Para que a família, a comunidade e a sociedade, todos esses ambientes, sejam favoráveis ao despertar das vocações. Olha que bonita tarefa! Nossa comunidade, nossa família serem fontes de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus. A serviço daquilo que veio anunciar Jesus, da missão de Jesus Cristo. Por isso, esse serviço ao Reino de Deus é para toda a nossa vida. E Jesus percebe que é uma tarefa imensa, pois nos disse no Evangelho que ouvimos hoje, que a messe é grande, a messe está madura, é preciso fazer a colheita, mas os trabalhadores são poucos e aí Jesus insiste: pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para sua colheita. Você topa ajudar na colheita? (o povo responde: sim!). Já está ajudando, não é? Isso! Jesus não quer ver ninguém de braços cruzados na sua messe a serviço do Reino de Deus. Vamos pedir ao Senhor da messe.

O Ano Vocacional é ocasião para rezarmos pelas vocações, para refletirmos sobre as vocações. O Documento de Puebla, no número 882, nos diz que vocação é a resposta de Deus providente à comunidade orante. Uma comunidade que reza tem vocações. Uma Igreja que evangeliza desperta vocações. E além da oração e reflexão, queridos irmãos e irmãs, o Ano Vocacional nos pede escuta e diálogo sobre a vocação. Você já falou com quem está do seu lado sobre vocação, alguma vez? Ele é da sua família, é da sua vizinhança, é do seu grupo de peregrinos? É importante conversarmos sobre vocação.

Quero aqui um diálogo com os jovens. Quem é jovem aqui, levanta o braço. Jovem aqui conosco, jovem que nos acompanha pela transmissão. Quero um diálogo com um jovem rapaz. Jovem rapaz, pense na sua vocação. Você já pensou em ser padre? Pense na sua vocação, jovem rapaz. Coragem, Jesus chama você. Cristo conta com você. Quero dialogar com você jovem moça. As jovens moças aqui entre nós e que nos acompanham. Jovem moça, pense na sua vocação. Você já pensou em ser religiosa? Responda, coragem! Cristo conta com você. Jesus te chama e também envia para uma missão. Queridos jovens, sentindo o apelo vocacional, não se escondam. Conversem com o Serviço de Animação Vocacional ou equipe de pastoral vocacional da sua diocese, da sua paróquia, da sua comunidade. Conversem com os religiosos e religiosas, com os padres, com os bispos e diáconos.

Mas, eu quero fazer ainda um outro apelo. Um apelo para papai e mamãe. Quem é papai aqui, levante o braço? Quem é mamãe? mamãe! Papai e mamãe: falem de vocação para os seus filhos! Vocês conversam sobre vocação em família? É importante. Mas, eu quero estender esse apelo. Vejo bastante aqui vovô e vovó. Quem é aqui vovô e vovó? Olha aí que bonito! Vovô e vovó falem de vocação com os seus netos e netas. Sejam, conosco, promotores vocacionais. É para isso o Ano Vocacional, se bem que a nossa tarefa não termina em 31 de dezembro. Ela perdura por toda a nossa vida. Papai e mamãe, perguntem ao seu filho se ele quer ser padre. Pergunte a sua filha se ela quer ser religiosa. Apoie a vocação de seus filhos. Conversem sobre a vocação à Vida Consagrada, aos Ministérios Ordenados, mas também conversem sobre a vocação ao Matrimônio, a vocação dos cristãos leigos e leigas nos ministérios diversos em nossa Igreja. Essa tarefa confio a vocês. Posso confiar? (povo responde: sim!) Ótimo! Que vocês tenham aí a nossa graça, a bênção para levar adiante essa missão no Ano Vocacional.

Olha mais no Evangelho de hoje: Jesus vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. Jesus louvava a Deus, ao Divino Pai Eterno, mas não ignorava o cansaço das pessoas, o sofrimento de quem estava ao seu redor. Por isso, o tema da nossa novena hoje: o Pai Eterno nos chama, mulheres e homens, e os envia para ser sinal da eterna aliança de amor com a humanidade, com as pessoas, e aqui, de maneira especial, a Vida Consagrada, os ministérios ordenados e também dos ministérios leigos.

E quando falamos de Vida Consagrada de Ministérios Ordenados olhamos para quem? De quem estamos falando? Dos ministros ordenados: falamos dos bispos, Dom Rodolfo e eu. Falamos dos padres, falamos dos diáconos. Os ministros ordenados. Quando falamos da Vida Consagrada, falamos de mulheres e homens, os irmãos religiosos, as irmãs religiosas, numerosos e numerosas aqui conosco, tanto na assembleia, como no presbitério. E  de você, ministro ordenado, de você meu irmão, minha irmã religioso ou religiosa que nos acompanham nessa transmissão. Identificamos vocês com muito carinho e com muito amor e com muita gratidão por serem mulheres e homens que abrem os olhos da nossa Igreja para viver o Evangelho e seguir Jesus Cristo, caminho, verdade e vida.

Chamados e enviados. Enviados para amar e servir. No Evangelho de Mateus, capítulo 10, versículos 26-33, Jesus faz algumas recomendações aos seus discípulos. E Ele recomenda lá que eles não devem ter medo. Não ter medo do fracasso, do fiasco. Não ter medo da morte, dos maus-tratos, e até da própria morte. Não ter medo de perseguições e nem pela sobrevivência. E nós queremos , hoje, pedir ao Pai Eterno que além de chamar e enviar todos esses para o Ministério Ordenado e a Vida Consagrada, dê a eles coragem e confiança para que não tenham medo! E não ter medo do que? Não tenham medo de serem fiéis. Isso mesmo. Fidelidade para serem verdadeiros profetas. No Evangelho de Mateus, capítulo 5, Jesus alerta: cuidado com os falsos profetas! Então, queremos pedir aos ministros ordenados e à Vida Consagrada: coragem! Sejam verdadeiros profetas, anunciadores do amor, da paz e da justiça e também pessoas capazes de denunciar o mal, as injustiças e toda opressão, porque o fruto maior de um profeta é o amor à humanidade. E é para isso que o Pai Eterno envia os seus chamados.

E além dessa fidelidade de verdadeiros profetas, compaixão para serem bons pastores. Lembro aqui o Evangelho de São João, capítulo 10, onde Jesus diz que o bom pastor dá vida pelas suas ovelhas. Jesus deu a vida por nós? Deu a vida por nós. Na cruz, amor até as últimas consequências. Sabemos o que Jesus fez por nós, Jesus Cristo, e agora chegou a nossa vez de fazermos o mesmo por Ele, mas também pelos nossos irmãos e irmãs. Eis aí a nossa tarefa de romeiros e romeiras do Pai Eterno.

E quero aqui concluir, queridos irmãos e irmãs, com um convite. Sentindo-nos amados, ou seja chamados e enviados, vivamos o passado com gratidão e sabedoria. Repitam comigo como é que vamos viver o passado? (povo responde: com gratidão e sabedoria!). E o presente? com alegria e coração ardente. Como vamos viver o presente (povo responde: com alegria e o coração ardente).  Sem esquecer de nos colocar com os pés à caminho na nossa tarefa hoje e sempre. Mostre os seus pés! Você caminha bastante? Romeiro e romeira que caminha quilômetros para chegar ao Santuário, mesmo quem não faz a caminhada geográfica, mas caminha na fé e na esperança na sua comunidade. Sejamos missionários e missionárias incansáveis hoje e sempre. Mas também queremos viver o futuro com esperança e confiança no Divino Pai Eterno.

Vamos repetir: Vivamos o passado com gratidão e sabedoria! O presente com alegria e coração ardente! E o futuro com esperança e confiança no Divino Pai Eterno que não desiste de nós, por isso não desistamos de acolher o amor e o chamado. Ele que nos envia para amar e servir. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo! (o povo responde: como era no princípio, agora e sempre! Amém).

 


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