Com o avanço da medicina, os tratamentos estão cada vez mais eficazes
A leucemia é um tipo de câncer do sangue. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a previsão do diagnóstico no Brasil até o fim de 2023 deve chegar a mais de 10 mil casos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. É uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida, com mais de 12 tipos de enfermidades.
A campanha Fevereiro Laranja visa alertar sobre possíveis sintomas, prevenção, e principalmente, sobre a importância da doação de medula óssea. Atualmente, são disponibilizados tratamentos altamente eficazes. De acordo com a hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba, Lisa Ricci, “às vezes não é necessário o transplante, hoje, se tem uma cura altíssima da leucemia em crianças apenas com a quimioterapia”.
No início, a leucemia pode ser confundida com várias outras situações. Ela começa na medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas. “Com o aumento das células tumorais, surgem sintomas como anemia, cansaço, palidez, fadiga, levando ao aparecimento de manchas roxas pelo corpo e infecções”, explica o médico e professor universitário, Hélio Lotério.
Em alguns casos, não existem sintomas no início. Por isso, é importante realizar regularmente consultas e exames laboratoriais de rotina. Um simples hemograma, pode estar alterado em pacientes com a doença, entretanto, ele não é suficiente para a confirmação do diagnóstico. Mas é um indício para a realização de exames mais aprofundados.
A leucemia pode acontecer em qualquer idade, desde crianças, jovens, adultos e idosos, mas a incidência aumenta com o avanço da idade. “E está ligada ao fator genético, em raros casos a exposição a produtos químicos”, diz a médica Lisa Ricci, que explica ainda que o tratamento é distinto de acordo com o quadro do paciente.
O tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Geralmente, a única esperança de cura é por meio do transplante de medula óssea. Por isso, é muito importante ser um doador.
Prevenção
Exames de rotina se enquadram na prevenção da leucemia. É necessária atenção para qualquer alteração no sangue que possa surgir nestes exames e caso exista suspeita da leucemia, é realizado um exame chamado mielograma, no qual é coletado uma pequena quantidade de medula óssea e se o resultado for positivo, o tratamento deve der iniciado imediatamente.
Sintomas
Se apresentam de formas variadas como sangramento nas gengivas e no nariz, inchaço no pescoço, cansaço, dores nos ossos e nas articulações, febres que podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de manchas roxas ou avermelhadas na pele, palpitações e sensações incômodas na região abdominal.
Tratamento
Tem o objetivo de anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias. Durante o tratamento é administrada a medicação quimioterápica, há um controle das infecções, das hemorragias e um foco maior no cuidado da doença no Sistema Nervoso Central, o que abrange o cérebro e a medula espinhal. Após o controle da doença, se necessário, é aconselhável o transplante de medula óssea.
Como é realizado o transplante
O transplante não ocorre por processo cirúrgico e pode ter início com células do próprio paciente -transplante autólogo-, ou com as células do doador -transplante alogênico-. A doação se inicia quando o doador procura o hemocentro de sua cidade, retira cinco ml de sangue e assina um termo de consentimento da coleta deste material. Seus dados são armazenados no banco e se algum dia for compatível com um paciente que necessite do transplante, este doador é chamado pelo hemocentro para fazer mais alguns exames que constem que está bem de saúde. Após essa etapa e confirmadas as boas condições de doação, o doador é internado e irá passar por um destes dois processos:
• Por pulsão: retirada da medula óssea pelo osso da bacia com uma agulha.
• Por aférese: com a administração de um medicamento as células sadias se proliferam e a doação é realizada como uma doação de sangue.
A doação é muito importante, pois a cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível. Devido a essa estatística, quanto mais doadores tiver, maiores serão as probabilidades de compatibilidade entre as pessoas.