O Ofício de Trevas faz parte da liturgia da Semana Santa, que mostra, de forma bastante clara, a figura do servo sofredor. Junto dele, os cristãos rezam e meditam sobre os sofrimentos da paixão e morte na cruz de Jesus Cristo. Também faz parte da liturgia o encontro das procissões de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.

Antigamente, o Ofício de Trevas era uma celebração realizada apenas na Quinta-feira Santa. No entanto, para permitir a participação de mais pessoas, passou a ser realizado em muitos outros dias. É o que explica o padre Rafael Siqueira, doutor em história da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Itália. Essa celebração é muito antiga, com relatos do século IX, e ganhou o nome atual no século XII.

Ofício de Trevas

Um elemento central do Ofício de Trevas é o “telebrário” – candelabro com quinze velas. Ao longo do ofício as velas vão sendo apagadas, com algumas particularidades. Segundo o padre Rafael, “não se diz glória ao Pai durante os Salmos, e algumas orações são feitas em silêncio”. Uma cerimônia com muitos atos que marcam a morte de Cristo.

Procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores

Diferentemente do Ofício de Trevas, o encontro tem sua origem no Renascimento do século XV. No entanto, floresceu no século XVI, quando as pessoas puderam contemplar o grande mistério da vida de Maria. É um momento em que Cristo, mesmo sofrendo, nos encontra e consola. Mas todo cristão deve se lembrar que “o Cristo quer que a gente vá ao encontro dele”, diz padre Rafael.

Para ir ao encontro do Divino Pai Eterno, o Santuário Basílica, em Trindade (GO), está com uma programação repleta de cerimônias para viver a grande semana. Viver em união com a fé da Igreja, é viver a esperança.