Só seremos perdoados pelo Pai quando perdoarmos nossos irmãos
Muito se fala sobre o perdão, mas todos sabem da dificuldade existente relacionada ao ato de perdoar. Não é uma situação fácil de lidar, pois implica em passar por cima de uma mágoa, de um incômodo ocasionado pelo outro. É preciso entender que o perdão move as pessoas. Um simples ato de perdoar, seja alguma pessoa ou até você mesmo, torna-o mais humano.
O perdão é um tema que instiga e intriga. Para entender esse universo desconhecido por muitos, o psicanalista e professor universitário PhD, René Dentz, escreveu o livro “Razões do perdão”. Segundo o autor, as relações provocam feridas em diferentes graus. Por isso, o perdão é um ato que não pode ser cobrado.
O perdão é uma decisão e tem o seu tempo. “É preciso ressignificar o mundo onde quem nos magoou possa existir, mas de forma diferente. E isso é o processo do perdão”, explica René. Em seu livro, o autor trata de uma forma acessível e humana sobre o perdão em relação pais e filhos, relacionamentos amorosos, de amizade, e também sobre relações abusivas.
Nos dias atuais, o ato de perdoar é um desafio fundamental. O mundo está cheio de ódio e vingança, para alterar essa situação a Igreja propõe um mundo de paz, assim como prega o Papa Francisco. René diz que deve se lembrar “que um ato não define uma pessoa, é possível que ela ressignifique a vida e se reconstrua. Tirando ótimos ensinamentos das situações vivenciadas”.
Outro fato importante é o autoperdão, ele é um caminho para que se consiga perdoar o outro sem dúvida. Devido às pessoas estarem vivendo em um mundo de conexões digitais, vivem o desejo do outro e não o próprio. Levando a uma cobrança de perfeição, que é “absolutamente perverso”, conta o professor. É preciso entender que humanos erram, sim. Mas buscar a santidade e construir um caminho de perdão no dia a dia é um dom da graça de Deus.
Para quem está no processo e deseja viver o perdão, o livro “Razões do Perdão” está disponível nas plataformas de vendas on-line e livraria Loyola. São 26 capítulos distribuídos em 119 páginas, associando o perdão à espiritualidade e ao cristianismo.
Papa sobre o perdão
“No comportamento divino, a justiça é permeada pela misericórdia, enquanto o comportamento humano se limita à justiça. Jesus exorta-nos a abrirmo-nos com coragem ao poder do perdão, porque nem tudo na vida se resolve com a justiça”, disse o Papa no Ângelus em 13 de setembro de 2020, ressaltando que temos necessidade desse amor misericordioso de Deus e devemos aplicá-lo em todas as relações humanas.
“Perdoar não é algo só de momento, é uma coisa contínua contra esse rancor, esse ódio que volta. Pensemos no final, deixemos de odiar (…). Quanto sofrimento, quantas lacerações, quantas guerras poderiam ser evitadas se o perdão e misericórdia fossem o estilo de nossa vida!”.