Especial

Pastoral Afro-Brasileira realiza trabalho de acolhida à população quilombola

Luta por melhores condições de vida, com inclusão do ensino e saúde

Reprodução: Diocese de Campos

A cada dez municípios do Brasil, três têm moradores quilombolas. E o grande desafio é fazer com que essa parcela da população possa manter sua identidade e cultura. Nesse contexto, a Igreja Católica tem trabalhado ao lado dos quilombos, lutando pelos direitos desse povo que faz parte da história do país. Em um ambiente marcado pela resistência no município de Feira de Santana na Bahia, a comunidade quilombola conta com a primeira paróquia do Brasil em uma região de resistência negra. A Igreja São Roque fica localizada na zona rural, e é formada por 13 comunidades na área pastoral.

Para o coordenador da Pastoral Afro na Diocese de Feira de Santana, padre Ibrahim Muinde, “estamos dentro de uma realidade nacional que não consegue aceitar a convivência com esses que antes eram vistos como coisas para venda e compra. Infelizmente, existe muita negação de que realmente existem quilombos no Brasil. E assim, maltratam a própria história, até o conceito de quilombola é divulgado de uma forma negativa”, explica padre Ibrahim.

E faltam políticas públicas que abarquem em sua integridade as necessidades dos quilombolas. “É uma comunidade que falta um pouco de tudo, desde escolas com professores, sem conexão de internet, sem acesso à saúde. São muitos os desafios para o Poder Público atender para melhorar a qualidade de vida dessa população”, disse o religioso.

O Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas. Isso corresponde a 0,65% da população total do país. O Nordeste concentra quase 70% dos quilombolas, com grande destaque para os estados da Bahia e do Maranhão. Juntos, eles têm 50% dos quilombolas do país. Mesmo com essa concentração, há quilombolas em todas as regiões do Brasil e em quase todos os estados, com exceção de Roraima e Acre.

Para o Padre Ibrahin esses dados reforçam a identidade daqueles que assumem a identidade como quilombola. “É a partir desse registro que se começa a fazer presente ou visível a existência dessas comunidades. A existência dos quilombos se espalhou pelo Brasil todo. E precisa de muito trabalho do poder público e da igreja para ajudar esse povo que faz parte da história do povo brasileiro”, finaliza o padre.

A Igreja Católica atua na valorização do provo preto. E o Papa Francisco convida a igreja ser sinodal: “Temos a oportunidade de nos tornarmos uma Igreja da proximidade, que estabeleça, não só por palavras, mas com a presença, maiores laços de amizade com a sociedade e o mundo. Uma Igreja que não se alheie da vida, mas cuide das fragilidades e pobrezas do nosso tempo, curando as feridas e sarando os corações dilacerados com o bálsamo de Deus”, disse o papa Francisco na abertura do Sínodo sobre a Sinodalidade, em 9 de outubro de 2021.


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