Todo o ano, o mês de setembro é dedicado ao aprofundamento dos estudos bíblicos pela Igreja Católica. Momento em que todos têm a chance de participar de um período muito especial para a comunidade religiosa, e que se encaminha para o fim.

Este ano, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), preparou materiais de estudo sobre a Carta aos Efésios. A Comissão trouxe como tema a inspiração bíblica: “Vestir-se da nova humanidade” (Ef 4,24). A Carta aos Efésios é construída sob uma rica teologia cristológica, numa época do cristianismo em que era necessário preservar as memórias e as doutrinas deixadas pelos apóstolos e pelos primeiros cristãos.

Ensinamentos contidos na Carta aos Efésios
A carta é iniciada com um hino de louvor, como que a humanidade agradecendo a Deus pela salvação e revelação da graça em Jesus Cristo dada a nós. Por este hino de louvor é dada a diretriz da carta. O autor escreve a comunidade de Éfeso, um povo que não vinha de tradição judaica, mas sim grega. Ou seja, eram pagãos convertidos. Por essa razão era necessário dar a conhecer toda a história da salvação revelada ao povo hebreu.

Assim sendo, é feito um paralelo com o pecado e tudo o que isso acarreta: mentira, roubo, palavras malditas, egoísmo… que estão ligados ao pecado original, que se remete a Adão, o “velho homem”, expulso do Paraíso e corrompido por paixões enganadoras. Portanto, Paulo pede que os cristãos se revistam do “homem novo”: Jesus Cristo, que traz a graça, a salvação e sentido para a vida. E isto se manifesta em atitudes: justiça, verdade, trabalho honesto, partilha, palavras edificantes, generosidade, reciprocidade. Atitudes que transformam a vida do cristão e da comunidade de fé.

Paulo analisa a vida desse povo, suas relações sociais, familiares e religiosas, e pede que a graça tenha prevalência. E que estejam abertos a acolher o Espírito Santo, que fora deixado em Pentecostes a eles. Assim, homens e mulheres novos, revestidos de Cristo, vencerão todas as adversidades.

Por fim, o apóstolo pede uma mudança profunda. E usa uma analogia para reforçar este pedido, trocar a violência, a morte e a agitação pela oração, intercessão e verdade. Que troquem a espada de ferro pela espada do Espírito, da Palavra, e que a proteção venha pelo cinturão da verdade; pela vestimenta da couraça da justiça, pelos calçados do zelo ao Evangelho, pelo escudo da fé e pelo capacete da salvação. Com esta armadura as flechas do inimigo não os atingirão, a comunidade terá uma nova estrutura e os cristãos serão reconhecidos pelo amor que se doa.

Leitura, reflexão e prática
Após a leitura do conteúdo, é necessária uma reflexão e, por fim, colocar em prática na vida. Ou seja, devemos analisar condutas que nos distanciam da lógica cristã, como o consumismo, desperdício, hedonismo, egoísmo, isolamento, separações, falta de empatia, destruição do meio ambiente e desmerecimento da dignidade humana.

O mês está acabando, não perca tempo, aproveite o tempo para dedicar-se às Sagradas Escrituras.