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O tráfico humano é um dos negócios mais rentáveis para as redes criminosas globais e tem um impacto profundo nas comunidades da tríplice fronteira, que inclui Colômbia, Peru e Brasil. Nessas áreas, as pessoas são recrutadas para trabalhos semelhantes à escravidão, e as mulheres são exploradas sexualmente.

Grupos especializados em tráfico e contrabando de imigrantes se aproveitam da fragilidade da segurança em algumas fronteiras. Além disso, a falta de informação faz com que as pessoas não estejam preparadas para enfrentar esse tipo de crime. Para combater esses casos, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e a Cáritas Brasileira atuam com o apoio das pastorais em todas as fronteiras do país.

De acordo com a assessora da Repam Brasil, Márcia Oliveira, as fronteiras contam com equipes chamadas ‘Eixo, Fronteira e Igreja’. “A Igreja atua muito fortemente em lugares como, por exemplo, em Roraima, devido ao descaso do poder público com as informações e dados necessários. Assim, a Igreja está tendo um papel circunstancial e muito importante na denúncia e enfrentamento ao tráfico”, informa Márcia.

Nos últimos anos, a Igreja Católica acompanha os casos por meio da ‘Rede Um Grito Pela Vida’, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e por meio da Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano, a REPAM-Brasil acompanham essas denúncias.

Dados
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2020, o estado do Amazonas registrou 60 notificações de tráfico de pessoas. No entanto, a Pesquisa sobre ‘Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual no Brasil’ apontou que a região Norte possui a maior concentração de rotas de tráfico do país, com aproximadamente 76 caminhos. Isso sugere a subnotificação dos casos.

Embora não haja índices exatos, sabemos que o desaparecimento de crianças e adolescentes é resultado do tráfico de pessoas, além da exploração sexual de pessoas que caem nessas redes, mas não são registradas.

A realidade do tráfico de pessoas no Brasil e no mundo são muito semelhantes. As pessoas, em busca de uma vida melhor, recebem uma proposta de trabalho atraente. Por trás dessas propostas vantajosas pode acontecer o crime. As vítimas aceitam um convite no intuito de realizar seus sonhos e caem em uma situação de exploração. Mas, por meio de campanhas e ações concretas da Igreja, é possível conscientizar as pessoas sobre essa realidade.